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Prêmio Nobel da Paz é atribuído a ativista bielorrusso e a ONGs de direitos humanos russa e ucraniana

O prêmio Nobel da Paz de 2022 foi atribuído conjuntamente, nesta sexta-feira (7), ao ativista pelos direitos humanos bielorrusso Ales Bialiatski e a duas ONGs: Memorial, da Rússia, e Centro pelas Liberdades Civis, da Ucrânia. Sete meses após o início da ofensiva russa contra Kiev, o comitê do Nobel decidiu conceder o prêmio a críticos do governo do presidente Vladimir Putin e seus aliados. 

Nobel da Paz de 2022 foi atribuído a um ativista bielorrusso e duas ONGs, uma russa e outra ucraniana.
Nobel da Paz de 2022 foi atribuído a um ativista bielorrusso e duas ONGs, uma russa e outra ucraniana. © Nobel
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"O comitê Nobel norueguês deseja honrar três notáveis campeões dos direitos humanos, da democracia e da coexistência pacífica em três países vizinhos: Belarus, Rússia e Ucrânia", declarou sua presidente Berit Reiss-Andersen. 

Ales Bialiatski é um líder cívico bielorrusso e ex-prisioneiro de consciência conhecido por seu trabalho com o Centro de Direitos Humanos “Viasna”, que ajudou a fundar. Em 2020, ele ganhou o Right Livelihood Award, amplamente conhecido como o "Prêmio Nobel Alternativo". Desde 14 de julho de 2021, ele está preso por suposta evasão fiscal. 

O comitê pediu a Belarus para que liberte Beliatski e que ele possa "ir a Oslo receber o prêmio". "Mas existem milhares de prisioneiros políticos em Belarus e eu temo que meu desejo não seja muito realista", lamentou Reiss-Andersen. 

A representante do comitê também afirmou que o Nobel não era dirigido contra Putin, mas que seu regime "autoritário" e o do Belarus, deveriam parar de reprimir militantes de direitos humanos. 

 

O prêmio Nobel da Paz 2022 foi atribuído ao ativista bielorusso Ales Bialiatski (foto de 2020) e a duas ONGs de defesa dos direitos humanos.
O prêmio Nobel da Paz 2022 foi atribuído ao ativista bielorusso Ales Bialiatski (foto de 2020) e a duas ONGs de defesa dos direitos humanos. © REUTERS/TT News Agency

Sociedade civil

Memorial International, a mais antiga ONG de defesa dos direitos humanos da Rússia, foi dissolvida em dezembro passado pela Justiça do país, e duas de suas afiliadas. Fundada em 1989 por dissidentes, entre eles Andreï Sakharov, Memorial primeiramente documentou crimes do período de Stalin e, mais recentemente, se expressou contra a repressão de opositores sob o regime de Putin, antes de ser alvo de uma ofensiva judiciária que terminou com sua dissolução. 

Já a organização ucraniana Centro pelas Liberdades Civis foi fundada em 2007, em Kiev. 

Os três ganhadores "ilustram a importância da sociedade civil pela paz e a democracia", disse o comitê do Nobel, e vão compartilhar 10 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 4,7 milhões. 

Esse ano, 343 nomes estavam na lista de candidatos, 251 pessoas e 92 organizações. Entre elas, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, a líder da oposição bielorrussa,  Svletana Tikhanovskaïa, e a jovem ativista pelo clima Greta Thunberg. 

Tikhanovskaïa afirmou no Twitter que "o prêmio é um reconhecimento importante para todos os bielorrussos que combatem pela liberdade e a democracia". A esposa de Bialiatski, Natalia Pintchouk, disse que estava "submersa pela emoção", agradecendo "o reconhecimento do trabalho de Ales, de seus colaboradores e de sua organização".  

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