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Reações de líderes à vitória da extrema direita na Itália expõem fratura ideológica da Europa

A Europa recebeu com cautela a vitória do partido pós-fascista Irmãos da Italia, liderado por Giorgia Meloni, nas eleições legislativas italianas de domingo (25). Países de extrema direita, como Polônia e Hungria, saudaram o resultado, acolhido com cautela por democracias como França, Alemanha e Espanha. Os Estados Unidos lembrou objetivos comuns, como "apoiar uma Ucrânia livre e independente".  

Líder dos Irmãos da Itália Giorgia Meloni reage na sede do partido na noite de eleições, em Roma, Itália, 26 de setembro de 2022.
Líder dos Irmãos da Itália Giorgia Meloni reage na sede do partido na noite de eleições, em Roma, Itália, 26 de setembro de 2022. REUTERS - GUGLIELMO MANGIAPANE
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O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou respeitar “a escolha democrática” dos italianos. “É como países vizinhos e amigos que devemos continuar a trabalhar juntos”, declarou o presidente francês. “É como europeus que vamos conseguir vencer desafios comuns”, acrescentou.  

A França estará "atenta" ao "respeito" aos direitos humanos e ao direito ao aborto, alertou a primeira-ministra Elisabeth Borne, em declaração ao canal de TV BFM.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos estão impacientes para trabalhar com o novo governo italiano. Através do Twitter, ele lembrou alguns objetivos comuns: “apoiar uma Ucrânia livre e independente, respeitar os direitos humanos e construir um futuro economicamente durável”.

O ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albarés, declarou a jornalistas que "o populismo termina sempre em desastre" e considerou que essa vitória veio num momento em que "dois modelos se chocam" na Europa, tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia.

"Há um modelo em que apostam o governo espanhol e muitos outros países da Europa, que é o da construção europeia" e "outro modelo, o de Vladimir Putin, um modelo autoritário”, explicou.

Já o Kremlin disse que a Rússia está aberta para relações “construtivas” com a Itália, após a vitória do partido de Giorgia Meloni.

Por sua vez, o governo da Alemanha afirmou esperar que a Itália continue "muito favorável à Europa. "Partimos do princípio de que isso não mudará", disse Wolfgang Büchner, porta-voz do governo alemão.

Um porta-voz do Ministério das Finanças alemão disse que Berlim continua a esperar que Roma respeite as regras orçamentárias europeias.

A UE afirmou que trabalha com todos os governos que emergem das eleições no bloco e espera uma cooperação com o novo Executivo da Itália.

"Esperamos ter uma cooperação construtiva com as novas autoridades italianas. No momento, esperamos que a Itália proceda com a nomeação de um governo", disse Eric Mamer, porta-voz da Comissão Europeia, o braço Executivo da UE.

Incentivos de direita

O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, elogiou a "grande vitória" de Giorgia Meloni. "Grande vitória! Parabéns!", exclamou Morawiecki no Facebook.  

Na Hungria, o primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban, através de seu diretor político e estrategista, o deputado Balazs Orban, também felicitou Giorgia Meloni, acrescentando que "mais do que nunca precisamos de amigos que compartilhem uma mesma visão da Europa".

Partidos europeus de extrema direita comemoraram a vitória de Meloni. "O povo italiano decidiu tomar o destino em suas próprias mãos elegendo um governo patriótico e soberano", tuitou a francesa Marine Le Pen, do partido Reunião Nacional (RN).

"Estamos exultantes com a Itália!", disse Beatrix von Storch, vice-presidente do grupo AfD no Bundestag, na Alemanha.

Para o líder do partido espanhol Vox, Santiago Abascal, Meloni "mostrou o caminho para uma Europa orgulhosa e livre de nações soberanas", acreditando que "milhões de europeus depositaram suas esperanças na Itália".

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