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“Normalização” da extrema direita na Suécia simboliza fase pós-populista de partidos anti-imigração

A vitória do partido de extrema direita Democratas da Suécia nas eleições legislativas, ao se tornar a segunda legenda com maior peso no Parlamento, simboliza a fase “pós-populismo” dos movimentos políticos europeus que têm o combate à imigração como principal bandeira. O jornal francês Le Figaro observa que, ao lado de Estocolmo, Roma também avança neste sentido – com a líder do Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, a um passo de assumir a chefia de Governo do país. 

Com uma linguagem menos caricatural, a líder da legenda Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, e Jimmie Åkesson, líder do partido de extrema direita Democratas da Suécia (SD), conquistam fatias do eleitorado conservador instrumentalizando o tema da imigração.
Com uma linguagem menos caricatural, a líder da legenda Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, e Jimmie Åkesson, líder do partido de extrema direita Democratas da Suécia (SD), conquistam fatias do eleitorado conservador instrumentalizando o tema da imigração. © Fotomontage com fotos da AP Photo/Domenico Stinellis/Stefan Jerrevång/TT News Agency via AP
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Quem teorizou essa tendência foi Thibault Muzergues, diretor do Instituto Internacional Republicano de Roma, ao constatar que, nestes dois países, movimentos identitários clássicos abandonaram a postura caricata e, assim, conseguiram se inserir no jogo democrático.

“Eles são mais sérios. Não ficam contando piadas sem parar, como Berlusconi, ou comendo pizza ao vivo, como Matteo Salvini”, explicou o cientista político, ao Figaro. Líderes como o sueco Jimmie Akesson ou a italiana Meloni não falam mais em sair da União Europeia, nem elogiam o Brexit. 

No tema da imigração, se aproximam cada vez mais da posição dos partidos tradicionais de direita, ao defender, com mais moderação, o controle das entradas de imigrantes e o combate às redes de tráfico humano. O descontrole das fronteiras colocou em xeque a política do Estado de Bem-estar Social não só na Suécia, berço da social-democracia, como em outros países, entre eles a França, avalia o Figaro

O jornal Les Echos ressalta que as eleições suecas “confirmam a banalização da extrema direita”, já que o partido conservador Moderados será obrigado a estender a mão a Akesson se quiser compor um governo com maioria parlamentar. 

Entretanto, nas páִginas de Libération, o cientista político Anders Sannerstedt avalia que ainda há chances de o líder do Democratas da Suécia abrir mão de uma coalizão, para poder exercer o poder de maneira mais independente e exercer pressão sobre o Executivo. 

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