Liz Truss é eleita nova primeira-ministra britânica com país à beira da recessão
A ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, foi eleita pelo Partido Conservador para se tornar a primeira-ministra do Reino Unido. Ela vai suceder o atual premiê, Boris Johnson, e terá o desafio de equilibrar as contas do país, que atravessa uma grave crise econômica.
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“Vou implementar um plano para reduzir nossos impostos e aumentar o crescimento da nossa economia”, disse Liz Truss logo após o anúncio de sua vitória, em uma declaração que dá o tom das prioridades da nova chefe do governo britânico.
Mary Elizabeth Truss, de 47 anos, era a favorita em uma disputa para dirigir o Partido Conservador que durou seis semanas. Ela venceu com 81.326 votos contra 60.399 para o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, de 42 anos, um bilionário ex-executivo do setor bancário e neto de imigrantes indianos. Com o resultado, ela se torna a quarta representante do Partido Conservador a dirigir o governo desde as eleições de 2015 e a terceira primeira-ministra do país, após Theresa May e Margaret Thatcher - uma de suas fontes de inspiração.
A nova primeira-ministra só assumirá o cargo oficialmente na terça-feira (6), após uma reunião com a rainha Elizabeth II. Mas ela já tem uma lista de desafios pela frente.
Com uma inflação na casa dos 10% ao ano, o índice mais alto registrado em 40 anos no país, e que pode chegar a 22% se os preços do gás continuarem a subir, reforçar o poder de compra da população será a principal meta de Truss.
Os últimos dados apontam uma retração da economia britânica inédita desde fevereiro de 2021. Os números sugerem que o país está prestes a entrar em recessão.
A ex-ministra das Relações Exteriores, que prega a diminuição do peso do Estado e é conhecida como defensora do livre-comércio, fez campanha prometendo reduzir os impostos, em vez de promover um programa de ajudas diretas. Mas os economistas já avisaram que a redução fiscal não será suficiente para resolver a situação, pois esse tipo de medida tem pouco impacto nos lares de baixa renda.
Especialistas apontam que a conta de luz dos britânicos vai aumentar cerca de 80% a partir de outubro, com o risco de que os mais vulneráveis não tenham condições de aquecer suas residências durante o inverno, no final do ano. Diante dessa situação, especula-se que a nova chefe do governo tente impor um congelamento dos preços, como sugere a oposição trabalhista.
Como Thatcher, conhecida como "dama de ferro" pela mão pesada durante seu governo de 1979 a 1990, Truss, de 47 anos, representa a ala mais à direita do Partido Conservador, que conseguiu convencer em sua campanha. Além dos aspectos econômicos, ele defendeu o fim do limite de velocidade nas estradas, criticou grevistas, mas também os painéis de energia solar, e criou polêmica ao dizer que “uma mulher trans não é uma mulher”.
Reações
Boris Johnson foi um dos primeiros a reagir à vitória de Liz Truss. Nas redes sociais, ela pediu união de seu partido após o resultado do voto.
Congratulations to @trussliz on her decisive win. I know she has the right plan to tackle the cost of living crisis, unite our party and continue the great work of uniting and levelling up our country. Now is the time for all Conservatives to get behind her 100 per cent.
— Boris Johnson (@BorisJohnson) September 5, 2022
“Chegou a hora de todos os conservadores apoiá-la 100% (...) Ela tem um bom projeto para atacar a crise do custo de vida”, declarou e ex-premiê.
O chanceler alemão Olaf Scholz também reagiu nas redes sociais. “O Reino Unido e a Alemanha continuarão a trabalhar em estreita colaboração como parceiros e amigos”, declarou o chefe do país que representa um dos motores da economia europeia.
Congratulations on your new role, @trussliz! I am looking forward to our cooperation in these challenging times. The UK and Germany will continue to work closely together - as partners and friends.
— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) September 5, 2022
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