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Após debate, deputadas britânicas são proibidas de levar bebês para o Parlamento

As deputadas britânicas não devem levar seus bebês ao Parlamento britânico, de acordo com um relatório elaborado pelo comitê que representa todos os partidos da casa, divulgado nesta quinta-feira (30).

A Câmara dos Comuns tem 225 representantes mulheres.
A Câmara dos Comuns tem 225 representantes mulheres. AFP - JESSICA TAYLOR
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No ano passado, ao receber uma advertência, Stella Creasy não pode levar seu bebê para a Câmara dos Comuns, após ter participado dos debates com seu filho, Pip, dormindo em seus braços. Apesar da campanha de uma representante trabalhista para melhorar a conciliação entre vida pessoal e profissional, a proibição continuará em vigor.

A deputada, então, denunciou o tratamento dado às mulheres na política, que devem combinar maternidade e trabalho. A questão gerou polêmica e o presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, pediu uma revisão das regras.

Em um comunicado publicado nesta quinta-feira (30), a comissão responsável pela discussão do assunto optou por manter as regras existentes, embora tenha deixado para a presidência da Câmara a possibilidade de adotar regras "com parcimônia".

Creasy, que defende uma cobertura maior da licença maternidade, disse não ter ficado surpresa com a recomendação. "Esta comissão não falou com ninguém fora do Parlamento, embora muitos de nós tenhamos encorajado o debate. Não me surpreende que não reconheça que podemos estar desanimadas com estas regras e a visão antiquada a respeito das mulheres que têm filhos", disse.

As deputadas britânicas podem votar por procuração durante seis meses, o que é considerado insuficiente. Atualmente, 35% das representantes da Câmara dos Comuns são mulheres, o que corresponde a 225 parlamentares. Em um tuíte publicado nesta quinta-feira (30) Creasy lembra que muitas das parlamentares com bebês precisam amamentar.

Crianças "distraem participantes"

De acordo com uma reportagem publicada no jornal The Washington Post, alguns parlamentares reclamaram que os bebês "distraiam" os participantes dos debates e representantes do Partido Conservador declararam que o Parlamento "não era lugar de criança".

O jornal lembra que polêmicas similares ocorreram em países como a Dinamarca, onde a deputada Mette Abildgaard, que decidiu levar a filha ao seu local de trabalho, foi convidada a se retirar do Parlamento a pedido da Presidente da Câmara, Pia Kjaersgaard, em 2019. Uma parlamentar alemã enfrentou a mesma situação, em 2018.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinta Arden, que teve um bebê durante o mandato, também chamou atenção ao levar a filha para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2018. As fotos e o vídeo da  cena, inédita, tiveram repercussão mundial.

(RFI e AFP)

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