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Ucrânia afirma ter atingido mais um navio de guerra russo, nas vésperas de "Dia da Vitória" em Moscou

A Ucrânia afirmou neste sábado (7) ter destruído um navio militar de desembarque russo nas proximidades da ilha das Serpentes, no Mar Negro. Em abril, as forças ucranianas afundaram o principal navio de combate da Rússia presente na região.

Fotos de satélite mostram fumaça após disparo na ilha das Serpentes, no mar Negro. (06/05/2022)
Fotos de satélite mostram fumaça após disparo na ilha das Serpentes, no mar Negro. (06/05/2022) AP
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A marinha ucraniana revelou, em um post no Facebook, que um drone de guerra Bayraktar TB2, desenvolvido na Turquia, “atingiu um navio de desembarque do projeto

11770 Serna e dois sistemas de míssil solo-ar de tipo Tor”, pertencentes à Rússia. A data dos disparos, não confirmados por Moscou, não foi comunicada.

“O tradicional desfile da frota russa de 9 de Maio vai ocorrer no fundo da mar, na ilha das Serpentes”, ironizou o Ministério da Defesa da Ucrânia.

Em vídeos publicados pelo exército ucraniano, um navio ancorado perto de um cais é atingido por uma explosão e depois é devastado pelas chamas, causando uma grande nuvem de fumaça. Com 26 metros de comprimento, o Serna pertence a uma classe de embarcações russas de desembarque rápido, com capacidade de carga útil de 45 toneladas. O navio é armado com metralhadoras de calibre 7,62 mm e lançadores de mísseis Igla, e foi projetado para o desembarque de veículos de combate e tropas.

Anteriormente, o exército ucraniano havia afirmado, no início de maio, ter bombardeado dois barcos de patrulha russos da classe Raptor na Ilha das Serpentes, também atingidos por drones de combate Bayraktar TB2.

Em meados de abril, a joia da frota russa Moskva afundou no Mar Negro depois de ter sido atingida por mísseis ucranianos, segundo Kiev e Washington. Moscou alegou, por sua vez, que havia sido danificada por uma explosão a bordo.

A Ilha das Serpentes se tornou um símbolo de resistência na Ucrânia desde uma troca de rádio, que viralizou nas redes sociais. No primeiro dia do conflito, 24 de fevereiro, guardas de fronteira ucranianos gritaram "Foda-se, navio militar russo!" ao cruzador Moskva, que ordenou que eles se rendessem. Pouco depois, o navio bombardeou a ilha, os russos assumiram o controle e os soldados ucranianos foram presos. Mais tarde, eles foram libertados em uma troca de prisioneiros com Moscou, mas a gravação da conversa serviu de motivação para a resistência ucraniana.

Retirada de civis de usina continua

Enquanto isso, a ofensiva russa na Ucrânia não para, mesmo na devastada Mariupol, no sudeste, onde Kiev anunciou que outras 50 pessoas foram retiradas da enorme siderúrgica de Azovstal. Combatentes e civis continuam entrincheirados no último reduto de resistência na cidade.

Na manhã deste sábado (7), o Estado-Maior ucraniano afirmou que as forças russas continuavam com sua ofensiva neste grande complexo industrial, apesar da trégua declarada unilateralmente por Moscou desde quinta-feira, por três dias. Até agora, cerca de 500 civis foram retirados de Azovstal graças a corredores humanitários organizados pela ONU e a Cruz Vermelha.

A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, disse que "50 mulheres, crianças e idosos" conseguiram escapar na sexta-feira e que as operações continuam neste sábado. De acordo com ela, as tropas russas "violam constantemente" o cessar-fogo, razão pela qual o resgate de civis tem sido "extremamente lento".

Os últimos combatentes da cidade, pertencentes ao batalhão Azov, também estão entrincheirados no intrincado labirinto de passagens subterrâneas da siderúrgica, junto com os civis, alguns deles feridos.

Reta final antes de 9 de maio

"Mariupol nunca vai cair (...) Está devastada, não sobrou nada, tudo foi destruído", disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na sexta-feira em uma videoconferência organizada pelo think tank Chatham House de Londres.

Oleksii Arestovich, conselheiro do presidente ucraniano, denunciou que a Rússia "tenta liquidar os defensores de Azovstal e está tentando fazê-lo antes de 9 de maio, como um presente para Vladimir Putin".

Todos os anos, nesta data, a Rússia celebra o Dia da Vitória soviética sobre a Alemanha nazista em 1945, com um grande desfile militar na Praça Vermelha de Moscou. Neste sábado, os últimos ensaios para o desfile foram realizados na capital russa.

O discurso de Vladimir Putin será uma nova ocasião para o presidente se dirigir aos líderes ocidentais e emitir novos alertas, depois que as autoridades russas mencionaram a ameaça de usar armas nucleares em várias ocasiões, nas últimas semanas.

Com informações da AFP

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