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Guerra na Ucrânia: Kiev registra € 500 bi de prejuízos e 87% dos russos estão preocupados com crise

O governo ucraniano afirmou nesta segunda-feira (28) que a guerra resultou em perdas econômicas de mais de € 500 bilhões ao país. Do outro lado do front, cidadãos russos enfrentam aumento da inflação e começam a estocar produtos básicos. 

Prédio da administração regional de Kharkiv, na Ucrânia, após um ataque russo.
Prédio da administração regional de Kharkiv, na Ucrânia, após um ataque russo. AP - Felipe Dana
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Com informações da correspondente da RFI em Moscou, Anissa El Jabri, e da AFP

A ministra da Economia e vice-primeira-ministra da Ucrânia, Ioulia Sviridenko, anunciou no Facebook que desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, Kiev registrou € 515,8 bilhões de prejuízos. Segundo ela, esses são "efeitos diretos das destruições", que resultaram, também, na explosão do desemprego, na forte diminuição do poder aquisitivo e na baixa das receitas do Estado.

No entanto, Sviridenko explicou que as maiores perdas dizem respeito à infraestrutura, com "cerca de oito mil quilômetros de estradas prejudicadas ou destruídas", além de "dezenas de estações e aeroportos", um montante de € 108,5 bilhões. Segundo ela, em um mês de guerra, dez milhões de metros quadrados de imóveis e 200 mil veículos foram dizimados.

A ministra indicou que o Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia deve registrar uma queda de € 102 bilhões em 2022, uma contração de mais de 55% da economia do país, em relação a 2021. Já o orçamento do Estado deve ser amputado de € 43,8 bilhões, diminuindo 90% do montante previsto para esse ano. 

"A cada dia os números mudam e, infelizmente, os prejuízos aumentam", declarou Sviridenko. Segundo ela, Kiev deve exigir do "agressor" uma compensação financeira, "seja por decisões da justiça ou transferindo diretamente ao Estado os ativos russos congelados na Ucrânia". 

Russos preocupados com crise econômica

Não apenas os ucranianos sofrem com as consequências da guerra. Segundo uma pesquisa do instituto Ipsos, 87% dos cidadãos russos dizem estar preocupados com a economia do país. O número é inédito, desde que a instituição realiza sondagens na Rússia, há 14 anos. 

A queda do rublo e o aumento dos juros deixaram a população em alerta, principalmente em relação aos produtos importados. Comprar um par de tênis está 20% mais caro, material médico novo, entre 30% e 40%. Alimentos industrializados para bebês dobraram de preço, e as fraldas viram seu valor triplicar.

Antes do início da guerra na Ucrânia, a inflação estava em 7%, mas deu um salto de 20% em apenas um mês. O resultado é que os russos estão estocando produtos básicos, como açúcar e farinha.

Não é à toa que, segundo a pesquisa do instituto Ipsos, os russos estão pessimistas em relação ao futuro. Dois terços da população acreditam que a crise econômica deve durar cerca de dois anos. Um quarto dos cidadãos apostam que a situação se estenderá para além dos cinco anos. 

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