Acessar o conteúdo principal

Rússia descumpre promessa de cessar-fogo em Mariupol e retirada de civis é adiada

A instauração do primeiro corredor humanitário para a retirada de civis da Ucrânia teve de ser cancelada neste sábado (5), depois que as forças russas continuaram a atacar Mariupol e seu entorno, denunciou o prefeito da cidade portuária.

Fogo é visto em área residencial de Mariupol na quinta-feira (3), em foto publicada por um morador nas redes sociais.
Fogo é visto em área residencial de Mariupol na quinta-feira (3), em foto publicada por um morador nas redes sociais. via REUTERS - @AYBURLACHENKO
Publicidade

Cedo nesta manhã, a Rússia autorizou, pela primeira vez desde o início da ofensiva na Ucrânia, há 10 dias, uma operação de retirada dos civis de Mariupol, cercada pelas forças russas, por sua posição estratégica, e da vizinha Volnovakha. As duas cidades também poderiam receber abastecimento de produtos essenciais, como alimentos e remédios.

Representantes dos dois países haviam negociado o cessar-fogo. Entretanto, a operação teve de “ser adiada por razões de segurança”, conforme a prefeitura da cidade ucraniana, porque Moscou não interrompeu os ataques, como previsto.

O município abriga um importante porto no mar Azov e, no conflito separatista de 2014, conseguiu resistir à ofensiva das milícias pró-russas de Donetsk. A tomada de Mariupol representaria uma vitória para Moscou na invasão da Ucrânia, ao conectar as forças russas na península ocupada da Crimeia com as tropas separatistas pró-russas no leste ucraniano.

Civis em refúgios

Pelo Telegram, a prefeitura informou que as forças russas "continuam bombardeando Mariupol e seus arredores". O município, que tem 450 mil habitantes em tempos normais, pediu aos civis reunidos nos pontos de saída da cidade que "retornem para os refúgios". 

“No total, serão necessárias várias etapas de evacuação, em diversos dias, para que cada pessoa que queira partir possa fazê-lo”, havia informado a conta da prefeitura no Telegram. O corredor encaminharia os civis para a cidade ucraniana de Zaporojie, a 220 quilômetros ao noroeste – onde se encontra a usina nuclear que, na quinta-feira (3), foi alvo de ataques da Rússia.

"Negociações estão em curso com a Rússia para estabelecer um (cessar-fogo) e garantir a instalação de um corredor humanitário", acrescentou. Moscou e Kiev devem realizar neste fim de semana uma terceira rodada de negociações sobre o conflito, iniciado em 24 de fevereiro.

“Na última noite, os bombardeios se intensificaram e se aproximaram”, disse à AFP um integrante da organização Médicos Sem Fronteiras, presente em Mariupol. Conforme a fonte, a cidade sofre com a falta de comida, luz e água – ao ponto de ser obrigada a degelar neve para obtê-la. Os bombardeios destruíram os supermercados do local, indica a fonte.

Cerco a Kiev avança

O governo ucraniano afirma que a guerra já causou a morte de pelo menos 350 civis e 9 mil soldados russos. Já Moscou diz que 2.870 pessoas morreram no lado ucraniano e 498 russos. A última contagem da ONU informa que mais de 1,37 milhão de refugiados deixaram o país.

O cerco das forças russas a Kiev continua e enfrenta forte resistência. Uma equipe da AFP que esteve em bairros de habitações de Tcherniguiv, a 150 quilômetros da capital, constatou prédios devastados na cidade de 300 mil habitantes – embora a Rússia afirme que não está visando bairros ocupados por civis.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.