Acessar o conteúdo principal

França e Ucrânia concordam em saída política para evitar escalada de tensões com a Rússia

Em visita à Ucrânia nesta terça-feira (8), depois de passar por Moscou na véspera, o presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou a sua crença na “possibilidade de avançar as negociações" para a paz entre a Rússia e a Ucrânia. De acordo com o francês, reuniões com os presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e russo, Vladimir Putin, permitem esperar "soluções práticas concretas" para evitar o conflito.

O presidente francês Emmanuel Macron e o ucraniano Volodymyr Zelenskiy participam de uma coletiva de imprensa em Kiev, na Ucrânia. Em 8 de fevereiro de 2022.
O presidente francês Emmanuel Macron e o ucraniano Volodymyr Zelenskiy participam de uma coletiva de imprensa em Kiev, na Ucrânia. Em 8 de fevereiro de 2022. REUTERS - GLEB GARANICH
Publicidade

“Nosso desejo nas próximas semanas e meses é que a situação se estabilize”, disse Macron, sem ignorar que “a Rússia decidiu colocar pressão sobre a comunidade internacional”, de acordo com suas palavras. Os ocidentais temem uma invasão da Ucrânia em razão da presença de dezenas de milhares de soldados russos na fronteira entre os dois países.

Diante de uma das piores crises entre russos e ocidentais desde a Guerra Fria, os europeus intensificam os contatos diplomáticos. Em entrevista coletiva, Zelensky elogiou o esforço de seu homólogo pela paz. “Temos problemas e ameaças comuns com a Europa e o resto do mundo e isso exige ações comuns”, afirmou, destacando contar com seus parceiros para suprir “necessidades de segurança e apoio econômico para estabilizar a economia”.  

Ucrânia espera cúpula com Rússia, França e Alemanha em breve

A Ucrânia confirmou seu compromisso com um cessar-fogo. O presidente Volodymyr Zelenski disse aguardar a realização de um encontro para tratar sobre a crise com os líderes da Rússia, França e Alemanha. “Nós protegeremos nosso país. Nós estamos no nosso território e nos comportamos de maneira digna”, acrescentou.

Emmanuel Macron elogiou o “sangue frio” dos ucranianos, num “momento de tensão em torno de seu país”. O chefe de Estado francês lembrou que, “desde 2014, a Ucrânia escolheu a via das reformas e da democracia”, e que a população podia “contar com o apoio dos europeus”. Um caminho que, segundo Macron, “não tem marcha à ré”.

Desde 2014, o leste da Ucrânia é palco de confrontos entre separatistas pró-Rússia e forças ucranianas. “Há uma pressão militar inédita, um exercício [de tropas] inédito e o risco de escalada de tensões”, afirmou Emmanuel Macron, destacando que as viagens à Kiev e Moscou tinham o “objetivo de buscar ordem, estabilidade e segurança no continente, com garantias duráveis”.

Emmanuel Macron é o chefe de Estado mais importante entre as potências ocidentais a se encontrar com Putin desde o início da crise diplomática em torno da Ucrânia causada pela significativa mobilização de tropas russas na fronteira entre a Rússia e o país vizinho.

“O presidente Putin me disse ontem que ele não será a origem de uma escalada. Eu acho que isso tem importância”, observou Macron. “Eu obtive um engajamento sério e explícito de Putin, de se mobilizar sobre a base dos acordos de Minsk”, reiterou o presidente francês depois que o Kremlin desmentiu, nesta terça-feira, que Putin teria prometido que não haverá mais escalada militar na fronteira com a Ucrânia.

“Ponderação e calma das partes são indispensáveis. Nosso dever é colocar em prática resoluções do acordo de Minsk”, reiterou Macron, referindo-se ao protocolo implementado na tentativa de parar os combates em Donbass, no leste da Ucrânia.

Macron ainda disse que o conflito entre Rússia e Ucrânia não pode ser analisado apenas dentro de uma ótica de enfrentamento da Rússia e da Otan, já que “são situações separadas”. “A determinação compartilhada [de pôr em prática os acordos de Minsk] é o único caminho que nos permitirá construir a paz, permitindo construir uma solução política viável”, completou.

Depois de Kiev, Macron viajou para Berlim, onde se reúne com o chanceler alemão Olaf Scholz.

Um primeiro destacamento de soldados norte-americanos, enviados por Washington para tranquilizar seus aliados preocupados com as tensões russo-ucranianas, chegou à Romênia, anunciou o ministro da Defesa romeno nesta terça-feira.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.