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"Ameaças de sanções não farão a Rússia recuar", diz Moscou sobre crise ucraniana

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, terão um diálogo nesta terça-feira (1) que poderá se revelar determinante para os desdobramentos da crise ucraniana. A poucas horas do telefonema, Moscou deu o tom da conversa e disse que não irá "recuar" diante das ameaças de punições dos Estados Unidos.

O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, durante a reunião do Conselho de Segurança que debateu a crise entre a Rússia e a Ucrânia. 31/01/2022
O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, durante a reunião do Conselho de Segurança que debateu a crise entre a Rússia e a Ucrânia. 31/01/2022 REUTERS - ANDREW KELLY
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"É Washington, não Moscou, que está alimentando as tensões. Não vamos bater em retirada, nem ficar quietos escutando as ameaças de sanções dos Estados Unidos", declarou a embaixada russa em Washington, em sua página no Facebook. A mensagem foi uma reação a um tuíte do corpo diplomático dos EUA, que acusou a Rússia de "invadir" a Ucrânia em 2014 e anexar a península da Crimeia.

Ontem, após uma reunião do Conselho de Segurança da ONU que discutiu a crise, o presidente Joe Biden afirmou que os Estados Unidos querem uma saída diplomática, mas estão prontos “para o que quer que aconteça”.

A Rússia é acusada por americanos, europeus e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de ter posicionado 100 mil soldados na fronteira da Ucrânia, em antecipação a uma possível invasão da ex-república soviética por seu desejo de integração à aliança militar ocidental, formada por 30 países.

O Kremlin nega qualquer intenção bélica, mas condiciona baixar as tensões na fronteira ucraniana à obtenção de garantias de sua segurança, incluindo a exigência de que a Ucrânia nunca será um país membro da Otan.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (1°) que o apoio diplomático e militar ao país, diante dos temores de um ataque da Rússia, é o maior registrado desde 2014, quando Moscou anexou a região da Crimeia.

"O apoio diplomático à Ucrânia é o maior desde 2014, incondicional e continua. A assistência militar e técnica à Ucrânia é a maior, mais valiosa, e continua chegando", ressaltou Zelensky, no Parlamento.

Rússia ainda estuda resposta

Na semana passada, os dois ex-inimigos da Guerra Fria trocaram cartas. Os EUA enviaram aos russos as propostas dos ocidentais para a segurança da Europa. Na sequência, a Rússia pediu explicações adicionais. No entanto, o presidente Vladimir Putin considerou o projeto americano insuficiente e, assim, Moscou continua a trabalhar em uma resposta escrita às contrapropostas feitas por Washington. 

O principal ponto de atrito entre russos e ocidentais continua sendo a ampliação da Otan a países limítrofes da Rússia. Moscou quer garantias de que a aliança militar ocidental, criada em 1949 sob a liderança dos Estados Unidos no contexto inicial da Guerra Fria, não se abrirá à integração de novos países membros do leste europeu, principalmente a Ucrânia.

No entanto, essa demanda de Moscou é considerada inaceitável pelos ocidentais, e particularmente pelos Estados Unidos, porque seria o equivalente a reconhecer que a Rússia tem uma esfera de influência preservada na região, para o usufruto de seus interesses.

Com informações da AFP

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