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Papa defende diálogo durante o segundo Natal afetado pela pandemia de Covid-19

O papa Francisco fez um apelo neste sábado (25) em prol do diálogo, "em tempos de pandemia", para a resolução de conflitos internacionais. Diante de centenas de fiéis que enfrentaram chuva e frio na Praça São Pedro, o sumo pontífice pronunciou a tradicional bênção "Urbi e Orbi" do dia de Natal.

O papa Francisco na sacada da Basílica São Pedro, no Vaticano, neste sábado (25).
O papa Francisco na sacada da Basílica São Pedro, no Vaticano, neste sábado (25). AP - Gregorio Borgia
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Lembrando a diminuição de contato social provocada pela pandemia de Covid-19, que marca o segundo Natal consecutivo de bilhões de católicos, o papa afirmou que a tendência ao isolamento deve ser vencida. "Nesta época de pandemia, a nossa capacidade de relacionamento social é colocada à prova, se reforça a tendência ao fechamento, de fazermos tudo sozinhos, de pararmos de nos esforçar para encontrar os outros e fazermos coisas juntos", declarou.

Como é tradicional, o papa recordou as áreas do planeta afetadas por conflitos, afirmando que "no âmbito internacional existe o risco de não querer dialogar, o risco de que a complexidade da crise induza a escolher atalhos, em vez dos caminhos mais lentos do diálogo", acrescentou.

Francisco pediu que não se permita "a propagação na Ucrânia da metástase de um conflito gangrenoso", consequência das tensões entre Kiev e Moscou, que provocam o temor de uma escalada militar. Em seguida, o sumo pontífice recordou as "imensas tragédias esquecidas" dos conflitos na Síria e no Iêmen, que "provocaram muitas vítimas e um número incalculável de refugiados".

Natal pandêmico

Na noite de sábado (24), o papa celebrou a tradicional a Missa do Galo para cerca de duas mil pessoas - de máscara - na Praça São Pedro, no Vaticano. Em um apelo por humildade, o sumo pontífice afirmou que é preciso olhar além das luzes e decorações de Natal e lembrar das pessoas pobres. 

Na Praça da Manjedoura, em Belém - onde, segundo tradição cristã, Jesus teria nascido - o Natal foi sem turistas estrangeiros, já que Israel voltou a fechar as fronteiras para conter a propagação da variante ômicron. Na missa da meia-noite celebrada na igreja Santa Catarina, o administrador apostólico do patricarcado latino de Jerusalém, Pierbatista Pizzaballa, lembrou que as celebrações deste ano reúnem mais fiéis do que no ano passado - um "sinal de motivação", disse o religioso.

Nas Filipinas, além da Covid-19, os fiéis tiveram de lidar com as consequências do tufão que atingiu o arquipélago na semana passada e deixou pelo menos 375 mortos, além de milhares de desabrigados. Ao norte da ilha de Mindanao, no município de Alegria, um dos locais devastados pelo fenômeno, o padre Ricardo Virtudazo celebrou a missa de Natal em uma igreja alagada, com um grande buraco no telhado e com os bancos destruídos.

Variante ômicron

Embora tenha sido um pouco mais tranquilo que em 2020, o Natal foi afetado pelo aumento das infecções e a retomada de restrições em muitos países, devido à propagação da variante ômicron. Na Europa, a Holanda foi submetida a um novo lockdown e a Espanha e a Grécia voltaram a determinar a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços abertos. O Reino Unido, que também enfrenta a rápida disseminação da nova linhagem, bateu um recorde na sexta-feira, com 122 mil novos casos em 24 horas.

Alguns países, no entanto, não deixaram que o espírito natalino fosse esquecido. A maioria dos australianos conseguiu viajar pelo país novamente e se reunir com suas famílias depois de muito tempo.

A pandemia de Covid-19 provocou 5,38 milhões de mortes no mundo desde o fim de 2019, segundo um balanço AFP com base nos dados oficiais. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que o número verdadeiro pode ser duas ou três vezes superior.

(Com informações da AFP)

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