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UE acusa Belarus de orquestrar onda de migrantes e refugiados na Polônia

O presidente bielorusso Alexandre Loukachenko e o russo Vladimir Putin, conversaram por telefone nesta terça-feira (9) sobre as tensões na fronteira entre o Belarus e a Polônia, de acordo com comunicado do Kremlin. Em nota, o governo bielorusso informou que os dois chefes de estado dedicaram uma parte importante da ligação à situação na fronteira polonesa e às ações duras do governo polonês contra civis.

Crise de migrantes provoca tensão entre Polônia e Belarus
Crise de migrantes provoca tensão entre Polônia e Belarus AP - Leonid Shcheglov
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A União Europeia (EU) acusa Lucachenko de orquestrar a chegada de uma onda de migrantes e refugiados na Polônia, em represália às sanções europeias decididas após a repressão brutal da oposição em Belarus. Bruxelas prometeu endurecer as regras de concessão de vistos para membros do governo bielorusso. Minsk rejeita as acusações e diz que Varsóvia não cumpre suas obrigações humanitárias.

Belarus ainda fez uma advertência contra as "provocações" na fronteira, para onde os dois países mobilizaram soldados, em um momento de grande tensão. Alexander Lukashenko, garantiu que seu país não vai "se ajoelhar" diante da União Europeia. 

Na segunda-feira (8), a Polônia bloqueou uma tentativa de milhares de migrantes de ultrapassarem o arame farpado da linha de fronteira.

Milhares de refugiados iraquianos, sírios, afegãos e iemenitas vagam por uma floresta entre Belarus e a Polônia, há semanas. Pelo menos dez pessoas teriam morrido na região, de acordo com o governo polonês. Muitos fogem da guerra e da pobreza no Oriente Médio, tentando sobreviver a céu aberto em condições muito difíceis e sob temperaturas gélidas. Outros migrantes acabaram decidindo voltar para casa, após 18 dias na chamada "terra de ninguém".

"De acordo com nossos cálculos, pode haver entre 12.000 e 15.000 migrantes em Belarus", disse o porta-voz dos serviços especiais da Polônia, Stanislaw Zaryn.

Os guardas de fronteira bielorrussos acrescentam que os migrantes estão em condições físicas e psicológicas "extremamente ruins" e precisam de comida e água. Além disso, eles acusam as forças polonesas de usar gás lacrimogêneo e exercer "pressão psicológica" sobre os migrantes "com o uso de alto-falantes, holofotes e luzes estroboscópicas a noite toda". "Tiros também foram ouvidos", afirmaram.

Froteira fechada

O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, afirmou nesta terça-feira que Varsóvia continuará impedindo a entrada dos migrantes na Europa. "Fechar a fronteira polonesa é nosso interesse nacional. Mas agora é a estabilidade e a segurança de toda União Europeia que estão em jogo", escreveu o chefe de Governo polonês no Twitter.

O presidente polonês, Andrzej Duda, acusa Belarus de "atacar a fronteira polonesa, a fronteira da UE, de uma forma sem precedentes".

Em resposta, o ministério bielorrusso da Defesa considerou a versão como "infundada e injustificada", ao mesmo tempo em que acusou a Polônia de aumentar "deliberadamente" as tensões. As autoridades também denunciaram que a Polônia mobilizou 10.000 militares na fronteira sem aviso prévio, o que foi classificado como uma violação dos acordos de segurança mútua. "Queremos advertir de antemão à parte polonesa que evite qualquer provocação direcionada à República de Belarus para justificar o uso ilegal da força contra pessoas indefesas e desarmadas, incluindo crianças e mulheres", afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Belarus em um comunicado.

Em um cenário de crise, Estados Unidos e UE pediram a Belarus para deter o que chamaram de "fluxo orquestrado de migrantes".

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também acusou Minsk de usar os migrantes como peões políticos, enquanto a UE pediu novas sanções contra o regime bielorrusso.

A França acusou na terça-feira o regime do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, de tentar "desestabilizar" a União Europeia organizando o "contrabando de migrantes" em suas fronteiras.

França acusa Belarus de tentar "desestabilizar" UE

A porta-voz da diplomacia francesa, Anne-Claire Legendre, afirmou nesta terça-feira que o regime de Belarus "está alimentando o contrabando de migrantes com o objetivo de desestabilizar a União Europeia".

 “Reiteramos a nossa solidariedade com a Polônia, assim como fizemos com a Lituânia e a Letônia anteriormente, face a esta instrumentalização inaceitável dos fluxos migratórios por parte do regime bielorrusso”, acrescentou.

A França disse estar "pronta para examinar um reforço das medidas" contra o regime e contra "as pessoas e entidades envolvidas neste tráfico de seres humanos". 

 

(Com informações da AFP).

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