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Expulsões ilegais de migrantes na Grécia e Croácia acendem alerta vermelho na UE

A comissária europeia Ylva Johansson disse nesta quinta-feira (7) que está "extremamente preocupada" após as notícias da imprensa europeia sobre novas expulsões ilegais de migrantes, às vezes violentas, nas fronteiras da União Europeia (UE), especialmente na Grécia e na Croácia, e pede a esses países que investiguem as acusações.

A polícia francesa evacuou centenas de migrantes na semana passada após desmantelar seu acampamento perto de um hospital em Calais, ao norte.
A polícia francesa evacuou centenas de migrantes na semana passada após desmantelar seu acampamento perto de um hospital em Calais, ao norte. Bernard BARRON AFP
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Reportagens publicadas na quarta-feira (6) em vários meios de comunicação europeus, incluindo a revista alemã Spiegel e o diário francês Libération, baseadas, em particular, em gravações de vídeo, documentam uma estratégia de expulsão de migrantes orquestrada por "unidades especiais" da polícia, apoiada em parte por fundos da UE, na Croácia, Grécia e Romênia.

As expulsões ilegais de migrantes "realmente mancham a nossa reputação como União Europeia", declarou a comissária europeia, a sueca Ylva Johansson, que se reunirá com os ministros do Interior da Grécia e da Croácia ainda nesta quinta-feira.

Johansson também se disse preocupada com um possível "uso indevido de fundos europeus" alocados a esses Estados membros, lembrando que a UE pode suspender os pagamentos em caso de violação do Estado de direito.

"Chocantes"

“Algumas destas informações são chocantes e estou extremamente preocupada”, reagiu Ylva Johansson, embora tais acusações sejam regulares. "Claro, isso deve ser investigado", disse ela, na véspera de uma reunião em Luxemburgo dos 27 ministros do Interiordo bloco europeu.

“Parece haver uma forma de orquestração da violência nas nossas fronteiras externas e parece haver provas credíveis de utilização indevida dos fundos europeus”, continuou ela, acrescentando que é da responsabilidade da Comissão garantir a utilização adequada desses fundos.

O primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, anunciou nesta quinta-feira (7) que ele imediatamente pediu "uma ampla investigação" para estabelecer o que aconteceu.

A Croácia "respeita as leis e regulamentos internacionais", disse, acrescentando que "como qualquer país, nossa missão é proteger nossas fronteiras e impedir a migração ilegal".

Em um comunicado, o ministro grego da Migração, Notis Mitarachi, "negou categoricamente as acusações de repulsões", recusando-se a "se desculpar pelo engajamento contínuo da Grécia" de "desmantelar as redes de tráfico humano e proteger as fronteiras da Europa".

A Grécia nega sistematicamente este tipo de acusação. “As fronteiras gregas são as fronteiras da UE e agimos no âmbito do direito internacional e europeu para protegê-las”, declarou nesta quinta-feira Mitarachi, julgando “extremamente perigoso” os fluxos de migrantes clandestinos, explorados pelos “contrabandistas” para quem "a Europa continua sendo um alvo". 

Os "contrabandistas" de migrantes são um argumento recorrente entre as autoridades do bloco que se posicionam contra o acolhimento de refugiados em seus respectivos países. 

Com informações da AFP

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