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Igreja Católica da Polônia recebe centenas de denúncias de abuso de menores

Em um relatório tornado público nesta segunda-feira (28), a Igreja Católica polonesa revela que recebeu várias centenas de novas queixas, desde 2018, por agressão sexual a menores cometidas por membros do clero. O documento ganha visibilidade no momento que a instituição, politicamente muito influente no país, se depara com uma série de acusações de pedofilia e acobertamentos, um assunto até pouco tempo considerado tabu.

Igreja católica da Polônia enfrenta novas denúncias de abusos sexuais.
Igreja católica da Polônia enfrenta novas denúncias de abusos sexuais. Tiziana FABI/AFP
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"O que é impressionante é que desde a última investigação tivemos uma onda de revelações", afirmou Adam Zak, jesuíta e coordenador do episcopado polonês responsável pela proteção das crianças. "Certamente ainda há muitos casos ocultos que provavelmente continuarão a ser denunciados", completou ele, durante uma apresentação online dos resultados do estudo.

De julho de 2018 até o fim do ano passado, foram denunciados 368 casos de agressão sexual, cometidos entre 1958 e 2020. De acordo com a Igreja Católica polonesa, 39% das queixas foram consideradas com fundamento. As investigações continuam em pouco menos de 51% dos casos restantes, enquanto 10% das denúncias foram indeferidas por motivos como falta de credibilidade.

Metade das vítimas tinha menos de 15 anos, a idade de consentimento na Polônia. Os ataques foram distribuídos uniformemente entre ambos os sexos. Algumas dessas agressões duraram mais de dez anos. De acordo com Zak, o número de casos recentes "não foi menor". Um relatório anterior da Igreja havia revelado quase 400 clérigos que abusaram sexualmente de crianças e menores, entre 1990 e 2018.

Documentário sobre o tema

Nos últimos anos, uma longa série de acusações de agressão sexual abalou a Igreja polonesa, especialmente após o lançamento do documentário "Tell No One", do jornalista Tomasz Sekielski.

Desde o ano passado, o Vaticano sancionou quatro bispos poloneses por encobrir atos de pedofilia cometidos por membros do clero, e aceitou a renúncia de dois outros bispos, incluindo Zbigniew Kiernikowski, nesta segunda-feira, acusado de fatos semelhantes.

A Santa Sé também sancionou o cardeal polonês Henryk Gulbinowicz, de 97 anos, já falecido, após uma investigação, cuja natureza não foi especificada, e aceitou a renúncia do arcebispo Slawoj Leszek Glodz após as acusações de assédio a padres e falha em responder às alegações de agressão sexual.

O Vaticano também está investigando um colaborador muito próximo do Papa João Paulo II, o cardeal Stanislaw Dziwisz, por suspeitas semelhantes.

Com informações da AFP

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