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Conservadores britânicos obtêm vitória inédita em Hartlepool, ex-reduto trabalhista

A contagem de votos das eleições locais e regionais teve início no Reino Unido depois da "super quinta-feira", como é chamada a maratona eleitoral no país que pode ter consequências importantes para o futuro do Partido Trabalhista. Em Hartlepool, na Inglaterra, os conservadores obtiveram uma vitória inédita nesta localidade dominada pelos trabalhistas há décadas.

Mulher aguarda para entrar em local de votação em Hartlepool, no nordeste de Inglaterra, na quinta-feira (6).
Mulher aguarda para entrar em local de votação em Hartlepool, no nordeste de Inglaterra, na quinta-feira (6). Oli Scarff AFP
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De acordo com estes resultados, os primeiros a serem anunciados após o fechamento das urnas, a candidata conservadora Jill Mortimer obteve 15.529 votos, quase o dobro do obtido por seu oponente trabalhista Paul Williams (8.589). "É um resultado histórico", parabenizou Amanda Milling, da cúpula do Partido Conservador, em uma nota.

Essa é uma grande derrota para os trabalhistas que dominavam Hartlepool, no nordeste da Inglaterra, desde os anos 1960. O Partido Trabalhista tenta minimizar a façanha dos conservadores. Segundo a legenda progressista, a reviravolta se deve a uma espécie de agradecimento da população local ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Em 2016, Hartlepool votou massivamente pelo Brexit. Com a promessa cumprida do premiê e a saída do Reino Unido da União Europeia, os trabalhistas alegam que a população local quis expressar seu apoio. Johnson também tem forte popularidade nesta região graças ao sucesso da campanha de vacinação contra a Covid-19. 

O problema, para os trabalhistas, é que nos outros conselhos municipais ao redor de Hartlepool os resultados também não parecem favoráveis aos progressistas. Os eleitores formaram o que os britânicos chamam de "red wall" (muro vermelho), cor do Partido Trabalhista, um fenômeno que não de via desde o declínio da indústria provocada pelo governo de Margareth Thatcher, detestada no norte do país. 

Teste para novo líder trabalhista

Esse era o primeiro teste eleitoral para o dirigente trabalhista Keir Starmer. Ao que tudo indica, ele deve enfrentar uma enxurrada de más notícias nesta sexta-feira (7). 

Até então, Starmer se apresentava como aquele que poderia lutar contra a erosão dos progressistas nesses bastiões do norte e centro do país para tentar restabelecer a legenda após a derrota de seu antecessor, Jeremy Corbyn, nas eleições legislativas de 2019 - a pior em décadas. 

Entre alguns integrantes do partido, é impossível esconder a insatisfação com os primeiros resultados das eleições regionais e locais. "É terrivelmente decepcionante", tuitou o deputado trabalhista Richard Burgon. "Retrocedemos nas áreas em que deveríamos ganhar. A liderança trabalhista deve mudar", afirmou.

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