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Irmão de autor do atentado terrorista de Manchester é condenado à prisão perpétua

A justiça britânica condenou nesta quinta-feira (20) o irmão do autor do atentado terrorista de Manchester à prisão perpétua, com o cumprimento mínimo de 55 anos da pena. No total, 22 pessoas morreram no ataque durante o show da cantora americana Ariana Grande, em 22 de maio de 2017.

Hashem Abedi, de 23 anos, ajudou o irmão, Salman, a preparar o ataque de Manchester.
Hashem Abedi, de 23 anos, ajudou o irmão, Salman, a preparar o ataque de Manchester. GREATER MANCHESTER POLICE/AFP/File
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Hashem Abedi, de 23 anos, ajudou o irmão, Salman, a preparar o ataque. Em março, ele já havia sido declarado culpado de assassinato, tentativa de assassinato e conspiração para provocar explosões. O réu não corria o risco de cumprir a pena de prisão perpétua na íntegra porque no momento do crime tinha menos de 21 anos. Ele não foi representado legalmente, pois abriu mão dos advogados.

Retirado da penitenciária de segurança máxima de Belmarsh e conduzido ao tribunal, Hashem se negou a entrar na sala de leitura do veredito, onde estavam parentes das vítimas. 

Crimes atrozes

Segundo o juiz Jeremy Baker, que anunciou a sentença, Hashem é tão culpado dos "crimes atrozes" quanto seu irmão Salman, que se suicidou ao detonar a bomba. Descrevendo o réu como "um jovem inteligente", o magistrado afirmou que o planejamento do crime foi "cuidadoso e completo". 

Entre as 22 vítimas, havia várias crianças e adolescentes, além de pais e mães desses menores que os acompanhavam ao show. Outras 237 pessoas ficaram feridas. Baker considerou como "fortemente agravante" o fato de "o público especificamente visado" ser jovem. 

Quando Salman perpetrou o massacre, Hashem estava na Líbia, seu país de origem, para onde viajou um mês antes do atentado. Ele foi detido em julho de 2019, ao desembarcar em Londres após a extradição. O ataque foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico.

Em um comunicado divulgado após o anúncio da sentença, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, classificou o massacre como "ato terrível e covarde que visou crianças e famílias". Ele garantiu que as vítimas jamais serão esquecidas, " assim como o espírito do povo de Manchester que se uniu para enviar uma mensagem clara ao mundo de que os terroristas nunca vencerão".

Pais que perderam filhos manifestam sua dor

Além das 22 pessoas mortas, "237 foram fisicamente feridas", incluindo 28 gravemente, ressaltou o promotor Duncan Penny durante o julgamento, e "um total de 670 pessoas ficaram psicologicamente traumatizadas".

Familiares das vítimas e sobreviventes assistiram aos dois dias de audiências que antecederam a sentença, na sala ou por videoconferência. Com lágrimas nos olhos, alguns descreveram sua provação. "Você tirou de mim algo mais precioso do que ouro, um lindo menino", disse ao acusado a mãe de Liam Curry, de 19 anos, segurando uma foto de seu filho. "Você roubou seu futuro, o meu futuro, o futuro da minha família".

Clair Booth, que sobreviveu, ao contrário de sua irmã Kelly Brewster, de 32 anos, disse que não já não é capaz de "ir a lugar nenhum sozinha, nem mesmo a uma loja".

Figen Murray, cujo filho Martyn Hett, de 29 anos, foi morto, afirmou que não pode ir para a cama depois das 22h31, hora da explosão: "Ainda não consigo aceitar o fato de que estava profundamente adormecida enquanto meu filho estava morto no chão, e tenho vergonha disso".

"Perder um dos meus filhos me matou – estou morta", testemunhou Samantha Leczkowski que, apesar dos ferimentos, tentou em vão resgatar sua filha de 14 anos. "Devo ter visto Sorrell morrer em meus braços", disse ela em um comunicado lido para a audiência.

Com informações da AFP

 

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