Acessar o conteúdo principal

ONGs estão preocupadas com falta de barcos para socorrer migrantes no Mediterrâneo

O início da primavera no hemisfério norte traz de volta as tragédias dos migrantes que tentam chegar à Europa. Com a alta das temperaturas e um tempo mais ameno, as tentativas de travessia do Mediterrâneo em embarcações precárias se multiplicam, colocando em risco centenas de pessoas. Mas por causa da epidemia de coronavírus, vários portos da região estão inacessíveis.

Policiais de Malta recolhem dados de migrantes que foram resgatados por um navio militar e chegaram à ilha em 10 de abril de 2020.
Policiais de Malta recolhem dados de migrantes que foram resgatados por um navio militar e chegaram à ilha em 10 de abril de 2020. © REUTERS/Darrin Zammit Lupidos
Publicidade

As ONGs estão preocupadas com as operações de resgate aos migrantes que tentam chegar à Europa, vindos da Líbia. Segundo elas, não há mais navios para socorrer os refugiados e, desde o início da epidemia, Malta, Itália e Líbia declararam que seus portos não podem mais ser considerados "seguros".

Na sexta-feira (10), a ONG Alarm Phone preveniu as autoridades que havia entre Trípoli e Malta ao menos quatro embarcações, com cerca de 260 migrantes a bordo na região. A organização conseguiu entrar em contato com os barcos que precisavam com urgência de assistência.

Mas os alertas da ONG não foram atendidos, garante o militante Maurice Stierl, que critica o governo de Malta. "As autoridades maltesas não estão cooperando com a gente. Às vezes, elas nem levam em conta as informações que fornecemos pelo telefone, desligam na nossa cara apesar de temos dados precisos sobre o estado de saúde das pessoas a bordo e a localização GPS dos barcos. Nós também enviamos todas as informações por e-mail e as autoridades maltesas não podem negar que nos as contatamos várias vezes nos últimos dias", declarou Stierl.

Ao jornal Times of Malta o exército do país explicou nesse domingo que estava pronto para intervir se um barco estivesse em dificuldade. No final da tarde, a ONG informou ter perdido o contato com várias embarcações. Na única com a qual ainda conseguia se comunicar, havia duas pessoas inconscientes.

A ONG alemã Sea-Watch chegou a anunciar no domingo (12) o naufrágio de uma das embarcações, mas a notícia foi desmentida nesta segunda-feira (13) pela Agência Europeia de Controle de Fronteira Frontex, que enviou um avião à região. De acordo com a agência, o barco inflável e sem motor estava à deriva, mas antes ele foi socorrido pelas autoridades líbias e os migrantes estão em segurança.

Reações

Em reação a um abaixo-assinado lançado por várias organizações maltesas, o arcebispo de Malta, Charles Jude Scicluna, pediu pelo Twitter que "todas as pessoas em perigo na região da ilha sejam socorridas". Segundo o religioso, "é impossível renunciar, é obrigação moral e jurídica”.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) também expressaram preocupação com a situação.

Durante o final de semana, vários barcos infláveis conseguiram acostar em ilhas italianas como Pantelleria, Linosa, Lampedusa e até no porto de Pozzallo, na Sicília.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.