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Assédio/Reino Unido

Denúncias de assédio sexual atingem cúpula política no Reino Unido

O governo britânico anunciou neste domingo (29) a abertura de uma investigação contra o ministro do Comércio Internacional, Mark Garnier, que reconheceu ter pedido para a sua secretária que comprasse brinquedos sexuais.

Mulheres denunciam comportamento inapropriado de políticos do alto escalão britânico.
Mulheres denunciam comportamento inapropriado de políticos do alto escalão britânico. REUTERS/Clodagh Kilcoyne
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O ministro e deputado conservador declarou ao jornal The Mail Sunday que havia dado a sua secretária um apelido obsceno e que ele lhe entregou dinheiro para comprar dois brinquedos sexuais, um comportamento que, segundo ele, "não significa de forma alguma assédio sexual".

As autoridades vão investigar se Garnier violou o código ministerial, segundo o ministro da Saúde, Jeremy Hunt, à BBC1. De acordo com a imprensa britânica, pelo menos quatro parlamentares são acusados de conduta imprópria, sendo algumas denúncias descritas como "profundamente preocupantes" pelo governo.

De acordo com Hunt, a primeira-ministra Theresa May vai escrever ao "orador" John Bercow, o equivalente ao presidente da Câmara dos Deputados, sobre essas acusações de assédio e agressões sexuais envolvendo parlamentares. Na França também mulheres saem do silêncio para denunciar abusos de políticos.

Mensagens obscenas para candidata a emprego

Por sua vez, o ex-ministro conservador Stephen Crabb confessou que enviou mensagens "explícitas" a uma mulher de 19 anos que recebeu em uma entrevista de emprego em 2013. No ano passado, ele teve de renunciar devido a um incidente semelhante.

"Essas histórias, se verdadeiras, são, obviamente, totalmente inaceitáveis", disse Hunt na BBC1. "Há pais cujas filhas estão estudando política com a esperança que consigam um emprego em Westminster e devem ter certeza de que, se conseguirem esse emprego, suas filhas não serão sujeitas a esses comportamentos", acrescentou.

"Cultura degradante nos bastidores do poder"

No sábado, o líder trabalhista Jeremy Corbyn disse que uma "cultura degradante existe e prospera nos bastidores do poder, mesmo em Westminster", "uma cultura que tolera a violência contra as mulheres há tempos demais".

No mesmo dia, o ministro britânico do Meio Ambiente, Michael Gove, pediu desculpas depois de fazer uma piada de gosto duvidoso sobre o produtor americano Harvey Weinstein, acusado de abuso sexual por inúmeras atrizes. Entrar no estúdio da BBC Radio 4 "é como entrar na sala de Harvey Weinstein - espero sair com a dignidade intacta" - disse o ministro ao vivo

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