Espanha acorda de luto após atentados em Barcelona e Cambrils
A Espanha amanheceu de luto nesta sexta-feira (18) após dois atentados terroristas na região da Catalunha. Os alvos escolhidos foram Barcelona e Cambrils, duas cidades repletas de turistas aproveitando as férias do verão nesta época do ano. Itamaraty afirma que até agora não há informações sobre brasileiros entre as vítimas.
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Fina Iñiguez, correspondente da RFI em Barcelona
Após o atentado que matou pelo menos 14 pessoas, entre elas cinco crianças, e deixou mais de 100 feridos, em Barcelona, Cambrils foi palco de um ataque à 1h da madrugada desta sexta-feira (20h em Brasília). Na pequena cidade litorânea, situada a 100 km ao sul da capital catalã, cinco terroristas usaram um veículo Audi A3 e atropelaram várias pessoas que estavam na orla marítima, deixando sete feridos.
As forças de segurança vinculam o atentado de Cambrils ao de Barcelona. Como na capital catalã, os jihadistas queriam atropelar o maior número possível de pessoas.
A polícia catalã também informou que o atentado de Barcelona estaria vinculado a uma explosão que destruiu uma casa na madrugada de quinta-feira (17) na cidade de Alcanar, em Tarragona, matando pelo menos uma pessoa e ferindo outras sete. A casa estaria sendo usada por jihadistas para fabricar bombas e a explosão aconteceu devido à manipulação de butijões de gás.
Polícia ainda procura autores
O motorista da van usada no atentado de Barcelona ainda não foi capturado, mas foram detidas pelo menos duas pessoas relacionadas ao ataque: uma delas de nacionalidade espanhola, originária de Melilla (um enclave da Espanha no norte do Marrocos), e outra marroquina. Um dos detidos teria alugado a van encontrada a 100 quilômetros de Barcelona, em Vic, que supostamente seria usada para a fuga dos terroristas ou cometer novos atentados.
Na manhã desta sexta-feira (18) polícia confirmou que outras duas pessoas suspeitas de envolvimento os atentados foram detidas em Ripoll, cidade da província de Girona, ao norte de Barcelona.
O grupo Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado de Barcelona por meio de sua agencia de propaganda Amaq. Alguns analistas, no entanto, acreditam que a organização extremista não tinha conhecimento da célula terrorista da Catalunha e afirmam que ela teria se formado sem coordenação exterior.
Mesmo modus operandi de outros ataque na Europa
Os atentados de Barcelona e Cambrils tiveram o mesmo modus operandi dos cometidos nos últimos anos em Nice, Berlim, Estocolmo ou Londres: o atropelamento deliberado e massivo em pontos com grande concentração de pessoas.
Embora não fosse um dos principais países na mira dos jihadistas, a Espanha fazia parte da lista de possíveis alvos por pertencer à coalisão internacional, liderada pelos Estados Unidos e que ataca o grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
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