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Europeus protestam em Londres por manutenção de direitos após Brexit

Centenas de cidadãos europeus residentes no Reino Unido se manifestaram nesta segunda-feira (20) em frente ao Parlamento britânico para exigir garantias de que poderão continuar vivendo como antes da implantação do Brexit.

Manifestante anti-Brexit protesta com cartaz em frente ao Parlamento britânico.
Manifestante anti-Brexit protesta com cartaz em frente ao Parlamento britânico. REUTERS/Neil Hall
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Portando cartazes com dizeres como "não somos moeda de troca", ou "parem o Brexit, o Brexit é racista", os imigrantes, alguns há décadas residentes do país, casados com britânicos, ou com filhos e netos nascidos no território, solicitaram ao governo de Theresa May que lhes assegure que seus direitos não mudarão após a saída do bloco.

Oito meses após o referendo em que os britânicos aprovaram a saída da Europa, May insiste em não oferecer essas garantias até que também as receba de seus sócios europeus, em relação aos 900 mil britânicos que vivem em outros países da União Europeia. Aproximadamente 3 milhões de cidadãos da UE vivem hoje no Reino Unido.

"Deve-se esclarecer o quanto antes o que ocorrerá com esses cidadãos, pois é preciso planejar o futuro e eles deveriam ter direito a permanecer onde estão", afirmou Kira, envolta na bandeira alemã. A alemã de 18 anos chegou ao país quando tinha apenas um ano e está com medo, principalmente pelos seus pais e irmãos. "Sou jovem e posso começar uma nova vida na Alemanha", declarou. Agnes Baudur, uma francesa de 60 anos que passou a metade de sua vida na Inglaterra e é casada com um britânico, deu início ao processo de obtenção do passaporte britânico. "Achava que poderia continuar a viver aqui, porém agora começo a ficar preocupada", explicou.

A espanhola Araceli Rodríguez, de 60 anos, e há mais de 33 anos ao país, está prestes a se tornar bisavó de uma menina britânica. Ela afirmou participar da manifestação por causa da sua bisneta, de sua filha e de seus netos. Quanto à ela, já decidiu que voltará à Espanha quando “a expulsarem”. "Nunca solicitarei o passaporte britânico, sinto-me espanhola e já estou muito feliz. Tudo está incerto e nosso futuro está encurralado", afirmou. "Nunca pensei que voltaria à Espanha, mas mudei de opinião. Não vale a pena ficar em um país no qual não me querem", finalizou.

O início do fim

No Parlamento, a Câmara dos Lordes começa a debater nesta segunda-feira (20) a lei que autorizará a primeira-ministra a iniciar o Brexit, uma etapa delicada para o governo conservador, que não possui maioria. Concretamente, o projeto de lei dará permissão a May para ativar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, a porta de saída da União Europeia.

O governo queria evitar a permissão do Parlamento, mas foi obrigado pela Suprema Corte a pedí-la. Vários Lordes expressaram sua intenção de criar emendas à lei para garantir os direitos dos europeus residentes no Reino Unidos e também para obterem voto no acordo final da separação com Bruxelas.

Peter Mandelson, um Lorde do Partido Trabalhista e ex-comissário europeu, afirmou que há "uma forte corrente de opinião" na Câmara sobre a seriedade de ambos os pontos, mas não considerou provável que os parlamentares bloqueiem totalmente o Brexit.
 

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