Berlusconi volta a ser julgado em escândalo de orgias sexuais

O ex-chefe de Governo italiano Silvio Berlusconi é suspeito de ter subornado testemunhas das apimentadas festas com jovens mulheres organizadas em sua casa. As audiências devem começar em abril.

O ex-premier italiano Silvio Berlusconi vai enfrentar novamente a justiça REUTERS/Alessandro Bianchi

Berlusconi é acusado de ter distribuído mais de € 10 milhões em espécie e em carros, roupas e outros presentes às convidadas das festas realizadas em sua residência em Arcore, na região da Lombardia. As jovens teriam sido remuneradas para que não revelassem os detalhes das orgias às quais teria participado do ex-chefe do governo italiano, e que ficaram conhecidas como "bunga-bunga".

Segundo a Procuradoria, desse valor, cerca de € 7 milhões teriam sido pagos a Karima El-Mahroug, apelidada de Ruby. O jovem, que era menor de idade na época das festas, sempre negou ter mantido relações sexuais com Berlusconi.

No primeiro processo do chamado "Rubygate", Berlusconi foi considerado inocente após recurso em 2015, depois de ser condenado em primeira instância por prostituição de menor.

"Generosidade"

"Essa é a primeira vez que enfrentamos o risco de julgar um crime de generosidade", declarou Federico Cecconi, advogado do ex-chefe de governo.

O juiz marcou o início das audiências para 5 de abril, mas o magnata de 80 anos pode ser julgado apenas em julho, quando está previsto um processo dos demais envolvidos no caso. Pelo menos 22 pessoas devem ser ouvidas.

Na sexta-feira (27), a imprensa italiana revelou que Berlusconi também seria o alvo de outra investigação pois, segundo seu contador, il cavaliere continuou, até recentemente, a retribuir financeiramente várias jovens.