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Áustria

Ecologista e líder de extrema-direita disputam presidência da Áustria

Os austríacos votam neste domingo (4) para eleger seu presidente, no segundo turno de eleições observadas com atenção em todo o bloco. Pela primeira vez, um candidato ultrarradical de direita pode chegar à presidência de um país da União Europeia. Um triunfo da extrema-direita serviria de incentivo a outros candidatos populistas que vão concorrer nas eleições previstas na França e na Holanda, em 2017.

Outdoors dos dois candidatos ao segundo turno na eleição presidencial na Áustria: o ecologista Alexander Van der Bellen (à esq.) e o ultrarradical de direita Norbert Hofer.
Outdoors dos dois candidatos ao segundo turno na eleição presidencial na Áustria: o ecologista Alexander Van der Bellen (à esq.) e o ultrarradical de direita Norbert Hofer. Reuters/Heinz-Peter Bader
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A disputa na Áustria opõe o vice-presidente do Parlamento, Norbert Hofer, de 45 anos, representante do Partido da Liberdade da Áustria (FPO), formado por ex-nazistas, e o candidato independente Alexander Van der Bellen, de 72 anos. Os dois concorrentes representam visões opostas da política. Hofer defende uma visão eurocética e contrária à imigração, enquanto Van der Bellen se apresenta como um ecologista liberal.

Embora o papel do presidente seja protocolar no país, já que o chefe de Estado austríaco tem competências limitadas, a eleição de Hofer somaria uma nova vitória populista depois do Brexit no Reino Unido e de Donald Trump nos Estados Unidos.

Em seu último discurso de campanha, Van der Bellen disse que o que está em jogo é "a direção que a Áustria tomará (...) como vemos nosso futuro (...) e como queremos que o mundo nos veja".

Hofer, cujo partido foi fundado por ex-nazistas, afirmou no sábado (3) que "a Europa atravessa uma crise profunda" que deve ser resolvida concentrando menos poderes supranacionais nos órgãos dirigentes do bloco, em Bruxelas. "É preciso se livrar do sistema empoeirado", declarou, embora sem fazer nenhuma referência à possibilidade de que o país saia do bloco europeu. Este cenário, batizado por Van der Bellen como "Oxit", pela combinação de "Osterreich" (Áustria, em alemão) e "exit" (saída, em inglês), não foi citado em nenhum momento por Hofer.

Uma eventual vitória de Hofer daria munição a outros líderes de extrema-direita do bloco, como Marine Le Pen, na França, e Geert Wilders, na Holanda, que também passam pelo teste das urnas em 2017.

Resultados definitivos serão anunciados na segunda-feira

Um total de 6,4 milhões de eleitores foram convocados às urnas. A maioria dos colégios eleitorais abriram às 7h locais (4h de Brasília) e fecharão às 17h (14h de Brasília). As primeiras estimativas deverão ser publicadas após o encerramento da votação. Porém, segundo o Ministério do Interior, os resultados definitivos só deverão ser conhecidos na segunda-feira (5), quando os votos por correspondência serão incorporados.

A votação de hoje é uma repetição do segundo turno realizado em maio passado, que foi anulado por um recurso apresentado pelo FPO. O partido de extrema-direita denunciou irregularidades na organização do pleito. Na ocasião, os votos por correspondência representaram cerca de 16,7% do total e favoreceram amplamente Van der Bellen, que se impôs com uma margem de 31 mil votos. Neste contexto, uma das principais incógnitas é a participação, que em maio foi de 72,6% do eleitorado.

Com informações da AFP

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