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UE/Açúcar

UE se prepara para pôr fim às cotas açucareiras em 2017

Os limites de produção do açúcar desaparecerão a partir de outubro de 2017 na União Europeia (UE). A medida visa flexibilizar uma indústria que atualmente é dominada pelo Brasil.

União europeia quer se tornar mais competitiva no mercado açucareiro, atualmente dominado pelo Brasil.
União europeia quer se tornar mais competitiva no mercado açucareiro, atualmente dominado pelo Brasil. pixabay
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A Política Agrícola Comum europeia (PAC), que se aplica aos 28 países do bloco, estabelece atualmente um limite de produção de açúcar de 13,5 milhões de toneladas anuais. Segundo fontes convergentes, os fabricantes da UE poderão, com a eliminação das cotas, aumentar sua produção em 20%, em um momento em que várias usinas de açúcar europeias não funcionam a pleno vapor.

Em dois anos, 83 fábricas do continente fecharam suas portas, ou seja, 40% das usinas do bloco, segundo o Comitê Europeu de Fabricantes de Açúcar (CEFS). França e Alemanha representam quase a metade da produção da UE (cerca de 24% cada uma), à frente de Polônia (11%) e do Reino Unido (8%).

Com a eliminação deste limite, também desaparecerá o conceito de produção "fora da cota", destinada à fabricação de biocombustível e outros produtos industriais não alimentares, e a exportação até um teto de 1,374 milhão de toneladas fixado pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Subsídios no Brasil

"A Europa, que é atualmente importadora, se tornará um exportador", prevê Gérard Benedetti, diretor de comunicação da Tereos, primeira empresa francesa do setor. Ele projeta uma produção europeia de 18 e 19 toneladas anuais.

Já o analista da Kingsman-Platts S&P Global, Claudiu Covrig, aposta em uma mudança por uma produção anual de 16 toneladas, já que a conquista de novos mercados por parte da UE é considerada "complicada" em lugares como Oriente Médio e Norte da África.

Para a diretora da CEFS, Marie-Christine Ribera, a parte positiva é que as empresas europeias "recuperarão sua liberdade de exportar", mas "o bloco tem que defender os interesses do setor do açúcar", adverte. "A UE tem que considerar os subsídios acordados com nossos principais concorrentes", afirmou, citando um estudo da American Sugar Alliance, segundo o qual as ajudas ao setor do açúcar e do etanol no Brasil rondariam os US$ 2,5 bilhões anuais.

Com 35 toneladas anuais atualmente, o Brasil é o principal produtor de açúcar, à frente da Índia (27) e da União Europeia.

O fim das cotas no bloco europeu poderá fazer que Irlanda, Portugal e Eslovênia recuperem suas produções, mas produtores na Itália temem não sobreviver com essa mudança. O açúcar será a última cota europeia a desaparecer, "uma página virada", segundo Ribera, e símbolo de uma nova PAC orientada aos mercados.

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