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Imprensa

Bomba migratória ameaça a França, diz Le Figaro

O jornal Le Figaro publica nesta sexta-feira (2) um duro editorial sobre a questão dos migrantes e refugiados na França. O diário conservador vê o país diante de uma "bomba migratória" e adverte os candidatos às eleições presidenciais de 2017 que o assunto vai estar no centro da disputa pelo Palácio do Eliseu.

Migrantes fazem fila em pequena loja de alimentação aberta num grande acampamento de refugiados em Calais.
Migrantes fazem fila em pequena loja de alimentação aberta num grande acampamento de refugiados em Calais. PHILIPPE HUGUEN / AFP
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Segundo Le Figaro, entre janeiro e junho, o número de requerentes de asilo aumentou 18% no país. Caso esse ritmo se mantenha, as autoridades francesas poderão receber 100 mil pedidos até o fim do ano. O assunto é evocado hoje porque o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, fará uma visita a Calais (norte), onde o número de migrantes vivendo em acampamentos dobrou em poucos meses.

Le Figaro afirma ter obtido um documento confidencial do Ministério do Interior que atesta que as expulsões de estrangeiros em situação irregular na França recuaram 20% em seis meses. Foram 2 mil pessoas a menos do que no mesmo período no ano anterior, de acordo com o documento obtido, num momento em que a pressão migratória recrudesceu nas fronteiras do país. Só em relação a uma nacionalidade, os afegãos, o número de pedidos de asilo aumentou 964% em cinco meses.

"França não tem condições de acolher clandestinos"

Em seu editorial, Le Figaro afirma que, "embora almas bem-intencionadas continuem a repetir que a França tem condições de acolher todos esses clandestinos", a realidade é outra. O problema não é exclusivamente francês, reconhece o jornal , evocando um "tsunami migratório" em toda a União Europeia. Para Le Figaro, a França deveria ser mais exigente e seletiva na concessão de proteção aos solicitantes de asilo.

O texto afirma que os auxílios sociais concedidos aos migrantes em situação irregular são mais acessíveis no território francês do que nos países vizinhos, mas essa informação deve ser interpretada com precaução. Le Figaro conclui que "se a generosidade assumida da chanceler Angela Merkel é insustentável, o descaso do presidente François Hollande com a crise dos migrantes não é mais tolerável".

Refugiados na Alemanha vão causar derrota eleitoral a Merkel

Os problemas que a chanceler Angela Merkel tem enfrentado desde que decidiu acolher mais de um milhão de refugiados no país são extensamente analisados em uma reportagem do jornal Les Echos.

No domingo, o estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde Merkel cresceu no leste da Alemanha, realizará eleições regionais. A chanceler se prepara para receber uma "bofetada" eleitoral, segundo o diário econômico liberal.

Antes um reduto do partido conservador de Merkel, a região deve passar para a sigla social-democrata SPD, que endureceu recentemente seu discurso contra os imigrantes. O partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD) deve ficar em segundo lugar, enquanto a União Cristã Democrata (CDU), legenda de Merkel, deve amargar um terceiro lugar nas urnas.

Les Echos mostra que os problemas de política migratória se multiplicam na Alemanha. Mais de 360 mil refugiados procuram emprego atualmente. Para tentar absorver essa mão-de-obra estrangeira, Merkel vai organizar no dia 14 um grande encontro com empresários. A integração de 1,3 milhão de refugiados é um desafio complexo e crucial para o país.

 

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