Calais recebe 2 mil migrantes em um mês, totalizando 9 mil
O jornal Le Figaro desta sexta-feira (12) traz na capa a manchete "Migrantes em Calais: de novo à beira da explosão". A reportagem diz que os número de clandestinos não para de aumentar.
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Atualmente há mais de 9 mil pessoas vivendo no acampamento conhecido como "a selva", ou seja, 2 mil a mais que no mês passado. As informações são das ONGs Auberge des Migrants e Help Refugees. Entre eles, há 865 menores, sendo 676 desacompanhados.
A polícia descreve a situação como "pior que nunca". O acampamento reúne migrantes que chegam à França na esperança de cruzar o Canal da Mancha até o Reino Unido.
Um policial, em entrevista ao jornal, alerta que o acampamento, em total estado de emergência, constitui um risco para a segurança nacional.
Ele afirma que a ilegalidade reina no local e que é impossível saber se um terrorista da Bélgica, por exemplo, se esconde em uma das barracas. O policial diz ainda que os comércios clandestinos fechados pela polícia são reabertos assim que eles viram as costas.
Mesmo depois que o governo francês realocou alguns migrantes para centros do interior da região, a prefeita de Calais, Natacha Bouchart, diz que a população está tensa.
Renegociação com o Reino Unido
Em uma entrevista ao Le Figaro, o presidente da região, Xavier Bertrand, pede uma renegociação dos acordos com o governo britânico. Ele quer que os ingleses assumam a responsabilidade de acolher os migrantes que querem pedir asilo do outro lado do canal da Mancha.
Segundo Bertrand, que é do partido de direita os Republicanos, o presidente francês, François Hollande, "sofre de imobilismo". Ele prevê que a situação só poderá ser resolvida com o próximo chefe de Estado. A próxima eleição presidencial na França acontecerá em maio de 2017.
Para o presidente da região de Calais, é necessário o desmantelamento do acampamento. Até lá, ele pede que seja instaurado um toque de recolher no local, alegando que muitos dos migrantes realizam ações ilegais e são responsáveis por depredações. Para Bertrand, o atual estado de emergência na França permitiria a adoção dessa medida por razões de segurança.
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