Candidato da extrema-direita é derrotado nas eleições presidenciais na Áustria
Alexander Van der Bellen foi eleito no segundo turno das eleições presidenciais austríacas com 50,3% dos votos. Seu rival Norbert Hofer, representante da extrema-direita, reconheceu a derrota. Apesar de apertado, o resultado é visto com alívio pelos líderes europeus, que temiam a presença de um chefe de Estado extremista no bloco.
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Depois da apuração dos votos por correio nesta segunda-feira (23), Van der Bellen, ex-professor universitário de 72 anos, conquistou 31.026 votos a mais que seu concorrente Norbert Hofer, que reuniu 49,7% dos votos.
Mas antes mesmo da confirmação da vitória, Hofer reconheceu ter perdido o pleito. “Caros amigos! Claro que estou triste hoje, mas agradeço a todos pelo apoio”, declarou o candidato por meio de uma mensagem em sua página no Facebook.
O resultado da disputa presidencial austríaca deixou os europeus em clima de apreensão. Uma vitória de Hofer, engenheiro aeronáutico de 45 anos, seria a primeira eleição para o presidência de um Estado da União Europeia (UE) de um representante de um partido de extrema-direita.
Já a eleição de Van der Bellen, um professor universitário de 72 anos, também representa um fato inédito, já que ele é o primeiro ecologista a ocupar a presidência de um país europeu.
No primeiro turno, realizado em 24 de abril, o FPÖ de Hofer liderou com 35% dos votos, o melhor resultado do partido em uma eleição nacional, contra 21,3% dos votos para o partido de Van der Bellen.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, reagiu imediatamente ao resultado e se disse "aliviado de ver que os austríacos recusaram o populismo e o extremismo". Já o presidente François Hollande felicitou "calorosamente" Van der Bellen e se disse pronto a "cooperar" com o novo chefe de Estado.
Crise migratória
O candidato de extrema-direita foi favorecido pela crise migratória, que resultou na chegada ao país de 90.000 solicitantes de asilo em 2015, ou seja, mais de 1% da população. No entanto, manteve um discurso polido, distante das declarações abertamente xenófobas que caracterizavam seu partido anteriormente.
Durante a campanha, Hofer, militante desde a juventude do FPÖ e vice-presidente do Parlamento desde 2013, centrou seu discurso no emprego e no nível de vida dos austríacos, e assegurou que não gostaria de tirar seu país da UE.
No sistema austríaco, o presidente não participa da gestão do país, mas conta com funções importantes como a de revogar um governo. O novo chefe de Estado assume o cargo em 8 de julho para um mandato de seis anos.
(Com informações da AFP)
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