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Itália prende afegão acusado de planejar ataques terroristas no país

Um cidadão afegão, acusado de planejar atentados na Itália e em outros países europeus, foi detido nesta terça-feira (10) em Bari, no sul da Itália, segundo as autoridades locais.

Um dos acusados esconde o rosto durante audiência sobre a célula terrorista de Verviers.
Um dos acusados esconde o rosto durante audiência sobre a célula terrorista de Verviers. NICOLAS MAETERLINCK / Belga / AFP
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Outro afegão foi detido por tráfico de migrantes, enquanto outros cúmplices, dois afegãos e um paquistanês, continuam sendo procurados. A investigação teve início em dezembro, quando a polícia italiana prendeu quatro afegãos que estavam filmando um centro comercial de Bari. Os agentes confiscaram os telefones celulares deles.

Nos aparelhos, foram encontrados vídeos do centro comercial, assim como do aeroporto e do porto de Bari, e de locais-chave de Roma, Paris e Londres. "Tratam-se de imagens aparentemente insignificantes, mas no conjunto, formam um percurso por lugares sensíveis", explicou em entrevista coletiva o promotor Roberto Rossi.

Os celulares continham imagens de veículos militares e armas, assim como vídeos de propaganda dos talibãs com canções de preparação ao martírio. Além disso, um dos detidos posava com uma metralhadora M16.

Os investigadores descobriram e decifraram a conta proveniente do tráfico de migrantes na Itália, Hungria e Calais, na França. Um dos celulares mantém alguns segredos. Trata-se de um iPhone que os investigadores não conseguiram desbloquear, explicou Rossi, afirmando que o respeito à vida privada não pode ser mais importante do que a segurança.

Os dois afegãos detidos haviam obtido uma permissão de residência na Itália por razões humanitárias. O ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, elogiou 'o alto nível' da investigação e lembrou que nenhum país está isento de risco.

“Eu só cumpria ordens”

Em Bruxelas, o algeriano Mohamed Arshad acusado de organizar os atentados em na capital belga, informou hoje à justiça que recebia ordens diretas de Abdelhamid Abaaoud, morto numa operação policial realizada em 18 de novembro do ano passado em Saint Denis, nas proximidades de Paris.
Durante o segundo dia do processo diante do tribunal correcional de Bruxelas, Arshad tentou minimizar seu papel nos atentados, mas confirmou ter trabalhado para formar a célula jihadista em Verviers.

“Eu fazia o que me mandavam fazer”, afirmou, fazendo referencia à pressão que sofria de Abaaoud. “Eu não sou corajoso, eles me amedrontam”, teria explicado Arshad durante o interrogatório, tentando se desvincular do papel de dirigente de uma organização terrorista.

A célula de Verviers, uma cidade situada no leste da Bélgica, foi neutralizada após uma ação policial quando o grupo finalizava os preparativos para um ataque, de acordo com as autoridades belgas.

Arshad disse que cumpria, mesmo que a contra gosto, as ordens que chegavam da Turquia e depois da Grécia emitidas por um certo “Omar”, identificado pelos investigadores como Molenbeekois Abdelhamid Abaaoud.

Mohamed Arshad garantiu ter sido o único dos réus a ter tido contato com outros membros do grupo na Síria e na Turquia, locais por onde o preso passou no outono de 2014, apesar de escutas telefônicas dizerem o contrário. Ele se recusou a revelar outros nomes durante o interrogatório a que foi submetido, inclusive sobre quem fornecia as armas ao grupo.

Entre as tarefas de Arshad estavam a confecção de passaportes falsos utilizando fotos que lhe foram entregues (entre elas a de Abaaoud) e o dinheiro que conseguiu na Síria. Para isso, ele contou com a ajuda de Souhaib El Abdi, que vivia no bairro de Molembek e que também esta sendo processado pela justiça belga.

“Eu falsifiquei os documentos mas não fiz nada além disso. Eu não fui para a Síria e não participei de nenhum ato terrorista”, alegou Abdi.
 

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