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Linha Direta

Espanha dissolve Parlamento nesta segunda e convoca novas eleições

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Depois de quatro meses de governo interino, a Espanha entra em um capítulo decisivo de sua História. Nesta segunda-feira (02), o rei Felipe VI vai dissolver o Parlamento e convocar novas eleições, diante do fracasso dos partidos em formar um pacto para governar o país.

Depois de reuniões com líderes partidários, o rei Felipe VI  comunica ao Parlamento a necesidade de novas eleições.
Depois de reuniões com líderes partidários, o rei Felipe VI comunica ao Parlamento a necesidade de novas eleições. REUTERS/Andrea Comas
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Luisa Belchior, correspondente da RFI em Madri

Depois da convocatória das novas eleições, o que será feito pelo rei Felipe VI ainda nesta segunda-feira, os espanhóis voltarão às urnas no próximo dia 26 de junho e os partidos políticos retomarão a campanha eleitoral no dia 10. Nesta terça-feira, o monarca espanhol vai assinar também a dissolução do Parlamento, o que tornará esta legislatura a mais curta da história democrática do país. Vale lembrar que, nestes quatro meses, quem governou foi Mariano Rajoy, mas de forma interina, sem poder aprovar uma série de medidas como novas reformas.

Segundo as últimas pesquisas de opinião, divulgadas no domingo, seria um resultado bem similar ao das eleições de dezembro. Ou seja, o conservador Partido Popular aparece em primeiro lugar mas com porcentagem insuficiente para formar um governo sozinho. Logo atrás vêm os socialistas, seguidos do Podemos, em terceiro, e do Cidadãos, em quarto.

Esse resultado, se confirmado, pode levar a um novo gargalo político. Inclusive porque, em entrevista ao jornal “El País” desta segunda-feira, o líder dos socialistas, Pedro Sánchez, já afirmou que não há nenhuma chance de pacto com os conservadores, caso eles ganhem de novo sem maioria. Com isso, as forças políticas terminaram esses quatro meses com as mãos atadas, o que levou o monarca espanhol a ter que convocar outras eleições.

Vencedor não conquistou maioria pela primeira vez

O Partido Popular, a sigla conservadora do chefe de governo, Mariano Rajoy, obteve o maior número de votos nas últimas eleições, em dezembro de 2015. Só que, pela primeira vez na democracia recente espanhola, o vencedor não conquistou maioria e, por isso, necessitava de um acordo com outros partidos para formar um governo. Isolado, o PP não conseguiu pactar com ninguém.

Pouco mais de um mês depois, o rei Felipe VI interveio e nomeou ao líder do Partido Socialista, Pedro Sánchez, principal oposição a Rajoy, a formar governo. Isso porque os socialistas foram a segunda força mais votada. Sánchez conseguiu um pacto com o Cidadãos, sigla que terminou em quarto nas urnas, mas a porcentagem era insuficiente e o Podemos, o partido de extrema esquerda que ficou em terceiro lugar, não aceitou as condições dos socialistas para participar da aliança.

Chance do Podemos governar é remota

A chance do Podemos, a terceira força política, governar, é remota, mas mais provável do que na votação anterior. Isso porque, desde a semana passada, a sigla, que surgiu em 2011 a partir do movimento dos indignados que tomou as praças da Espanha, vem pactando com outras forças da extrema-esquerda. É o caso da Esquerda Unida, uma das siglas mais antigas da esquerda espanhola, que no domingo anunciou negociações avançadas com o Podemos.

Juntos, os dois poderão ultrapassar os socialistas em número de assentos conquistados no Parlamento, o que é proporcional ao número de votos nas urnas. Com isso, a extrema-esquerda ganharia mais força para negociar um possível pacto com os socialistas. Resta saber se também entrará neste possível pacto o Cidadãos, uma sigla também jovem de centro-direita que tem importantes diferenças ideológicas com o Podemos mas que deve ser crucial para que qualquer partido consiga alcançar essa tão desejada maioria para, enfim, formar um governo por aqui.

 

 

 

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