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Violência

Militantes de extrema-direita perturbam homenagens em Bruxelas

Embora a "marcha contra o medo" tenha sido cancelada, os belgas se reuniram neste domingo (27) para homenagear as vítimas dos ataques de Bruxelas na Praça da Bolsa. Durante a tarde, 200 manifestantes nacionalistas invadiram o local e entraram em confronto com as forças de ordem.

Manifestantes nacionalistas provocaram os belgas que prestavam homenagens às vítimas dos atentados de 22 de março, na Praça da Bolsa, em Bruxelas, neste domingo (27).
Manifestantes nacionalistas provocaram os belgas que prestavam homenagens às vítimas dos atentados de 22 de março, na Praça da Bolsa, em Bruxelas, neste domingo (27). REUTERS/Yves Herman
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"Somos hooligans!", "estamos na nossa casa!", gritavam cerca de 200 pessoas vestidas de preto, que invadiram o local que se tornou o memorial das vítimas do atentado de 22 de março. A Praça da Bolsa seria o ponto de concentração da "marcha contra o medo". A grande mobilização popular, prevista para acontecer nesta tarde de domingo, prometia lotar as ruas da capital belga, mas foi cancelada pelas autoridades devido ao risco de novos ataques terroristas.

Além de perturbar o recolhimento, os militantes nacionalistas provocaram quem prestava homenagens às vítimas, acusando-os de ser "cúmplices dos terroristas". Revoltados, os manifestantes pacifistas respondiam: "o fascimo não passará!".

A tensão entre os dois grupos aumentou e as forças de segurança tiveram que utilizar jatos d'água para dispersar os manifestantes da extrema-direita. Esses também acusaram os policiais e os militares de apoiarem o grupo Estado islâmico. Ao menos um militante nacionalista foi preso.

Polícia dá continuidade às investigações

Paralelamente, os investigadores ainda tentam confirmar se o único suspeito indiciado em conexão direta com os ataques jihadistas de terça-feira (22), Faisal Cheffou, é, como acreditam, "o homem de chapéu", que aparece nas imagens das câmeras de segurança ao lado de dois homens-bomba, Ibrahim El Bakraoui e Najim Laachraoui. Esses dois homens, bem como o suicida do metrô de Bruxelas, Khalid El Bakraoui, estão relacionados com os autores dos ataques de Paris em 13 de novembro.

Uma prisão na Itália e uma nova acusação na Bélgica ilustraram, mais uma vez, a estreita ligação entre as redes jihadistas francesa e belga, que veio à tona com os ataques que mataram 130 pessoas em 13 de novembro em Paris e 28 em Bruxelas na terça-feira, de acordo com um balanço de vítimas revisado.

Um argelino de 40 anos, Jamal Eddin Wali, foi preso no sábado (26) na Itália, a pedido dos tribunais belgas. Ele é suspeito, segundo a imprensa italiana, de envolvimento na falsificação de documentos usados por membros dos comandos de Paris e Bruxelas.

Treze novas operações antiterroristas

Quatro pessoas foram colocadas sob custódia neste domingo após treze novas operações antiterroristas em várias cidades da Bélgica, cinco dias após os atentados de Bruxelas, anunciou a procuradoria federal.

Quatro operações de busca foram realizadas em Mechelen e uma em Duffel, duas cidades na região de Flandres, no norte. Outras oito foram realizadas em vários distritos de Bruxelas.

"No total, nove pessoas foram encaminhadas para interrogatório" como parte da investigação terrorista, mas "cinco entre elas foram liberadas", de acordo com a procuradoria. Quatro pessoas continuam sendo interrogadas e as autoridades decidirão ainda hoje se elas permanecerão em prisão provisória.

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