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Linha Direta

Alemanha comemora sucesso de programa de retorno voluntário de migrantes

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Em meio à crise migratória na Alemanha, o governo do país diz estar tendo relativo sucesso num programa de retorno voluntário de imigrantes para seus países de origem. A medida prevê um prêmio em dinheiro para aqueles imigrantes que não têm perspectiva de obter asilo na Alemanha.

Migrantes fazem fila, em Berlim, em frente ao escritório do serviço de saúde local.
Migrantes fazem fila, em Berlim, em frente ao escritório do serviço de saúde local. REUTERS/Fabrizio Bensch
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Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim

O governo alemão tem oferecido € 700 aos refugiados sem chance de terem seu pedido de asilo reconhecido. Desse dinheiro, € 200 são definidos como ajuda de custo de viagem e € 500 são para financiar a retomada da vida no país de origem. Dentro desse programa, no final do mês passado, 125 afegãos voltaram para seu país voluntariamente, em um avião fretado pelo governo alemão. A iniciativa é realizada com apoio da Organização Internacional de Migração.

Também existem programas de governos locais alemães, como é o caso de Hamburgo. A administração da cidade oferece até € 2.200 por pessoa. A justificativa é que o custo seria maior se essas pessoas ficassem esperando o pedido de asilo ser negado. O governo gastaria muito mais do que isso para abrigar e sustentar essas pessoas. E Hamburgo tem tido sucesso com o programa e cresce o número de pessoas que decidem voltar. Ano passado, mais de 800 imigrantes aceitaram voltar voluntariamente. Neste ano, o número tem sido três vezes maior, na média mensal de retornos.

No caso de Hamburgo, mais da metade dos que retornam são da Albânia. Outros retornam para países como Sérvia, Irã, Macedônia, que são nações consideradas seguras pelo governo alemão. Os pedidos de asilos de cidadãos desses países são geralmente recusados.

Retorno para países em guerra é menor

Um número bem menor é o daqueles que decidem voltar para países em guerra. No caso do Afeganistão que não é considerado seguro, o retorno voluntario dos 125 refugiados daquele país chama a atenção. O Afeganistão é a origem do segundo maior grupo de refugiados que tem chegado à Europa, depois dos sírios. Só no ano passado mais de 150 mil refugiados afegãos foram registrados na Alemanha.

O retorno voluntário para o Afeganistão tem sido possibilitado não somente pelo auxílio financeiro, mas também por um acordo entre os governos da Alemanha e do Afeganistão, para que essas pessoas sejam recebidas e acomodadas em regiões seguras do país asiático. Berlim espera que neste ano centenas de afegãos voltem voluntariamente a regiões consideradas seguras em seu país de origem.

No entanto, esse relativo sucesso do programa de retorno de refugiados não é suficiente para fazer diminuir as recentes críticas contra a política para refugiados do governo alemão. O número de refugiados que retornam ainda é muito pequeno em relação aos que estão chegando. Vale lembrar que a Alemanha recebeu, só no ano passado, mais de 1 milhão de refugiados e centenas continuam chegando. O governo de Angela Merkel ainda tem que fazer muito para superar a crise. Enquanto isso, partidos que pregam uma política dura contra imigrantes vão conseguindo chamar a atenção. O AfD (Alternativa para Alemanha), considerado por muitos um partido xenófobo, conseguiu bom desempenho nas eleições regionais deste fim de semana no estado de Hessen.

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