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UE/Crise migratória

MSF acusa a UE de ter agravado a crise migratória na Europa

A Médicos Sem Fronteiras (MSF) denuncia nesta terça-feira (19) o "fracasso catastrófico" da gestão da crise migratória na União Europeia. A ONG diz que o bloco "lamentavelmente, não tomou as medidas necessárias diante do grande fluxo de refugiados em 2015, agravando em muito a situação dos migrantes". A chegada do inverno complica ainda mais as condições de travessia e de acolhida na Europa.

O acampamento de refugiados em Calais, no norte da França, conhecido como "a selva".
O acampamento de refugiados em Calais, no norte da França, conhecido como "a selva". REUTERS/Pascal Rossignol
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A MSF publicou hoje um relatório, baseado no testemunho de funcionários da ONG. No texto, a organização estima que a União Europeia e os governos dos países integrantes do bloco criaram obstáculos no caminho dos mais de um milhão de refugiados que chegaram à Europa em 2015. O relatório critica principalmente a "ausência de uma alternativa à perigosa travessia do Mediterrâneo" para as pessoas que fogem de guerras. Quase 3.800 pessoas morreram afogadas no ano passado tentanto chegar à Europa.

Os muros construídos, a burocracia crescente para o registro dos pedidos de asilo político na Europa, assim como as inadaptadas "condições de acolhida dos migrantes na Itália e na Grécia" são apontadas como responsáveis pelo agravamento da crise migratória no continente.

Esses obstáculos provocaram graves consequências para a saúde dos refugiados e intensificaram o trabalho da MSF nas fronteiras europeias. "Nunca antes tínhamos tido tantas atividades médicas, humanitárias e pessoal mobilizado na Europa", afirma. A ONG pede a abertura de "passagens seguras" para os candidatos ao asilo. Ela convida os europeus a assumir sua responsabilidade e a evitar os mesmos erros em 2016.

Europa dividida sobre a acolhida aos migrantes

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, chamou atenção dos países do bloco que teimam em não acolher o número de refugiados determinado por Bruxelas. Até agora, entre os 160 mil migrantes que já estão na Itália e na Grécia e que devem ser distribuídos entre os países do bloco, apenas 322 foram efetivamente transferidos, informa o executivo europeu. Essa crise migratória, a pior desde o fim da Segunda Guerra Mundial, coloca em risco o espaço Schengen de livre circulação de pessoas na União Europeia.

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