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Europa/Aviação

Airbus mantém testes com avião A400M mesmo após acidente na Espanha

A Airbus decidiu manter os voos para testes de seu avião militar A400M, apesar do acidente que matou quatro pessoas no final de semana em Sevilha, sul da Espanha. Em homenagens às vítimas todas as fábricas do consórcio europeu fizeram um minuto de silêncio nesta segunda-feira (11).

O responsável das operações de teste da Airbus, Fernando Alonso, durante coletiva à imprensa em Sevilha, Espanha.
O responsável das operações de teste da Airbus, Fernando Alonso, durante coletiva à imprensa em Sevilha, Espanha. REUTERS/Marcelo del Pozo
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O construtor europeu decidiu manter a produção do aparelho e realizar os testes, confirmou um porta-voz da Airbus. O próximo voo vai acontecer nesta terça-feira (12) a partir de Toulouse, sul da França.

Todo avião passa por testes de voos depois de sair da estrutura final de montagem e antes de ser encaminhado ao cliente. Foi o que aconteceu com um dos modelos A400M que seria entregue em meados de julho à Turquia, mas caiu em um terreno ao norte do aeroporto de Sevilha, logo após a decolagem.

O avião se chocou contra uma torre de alta tensão, provavelmente quando tentava um pouso de emergência. Três civis ajudaram a tirar dois sobreviventes pela janela do aparelho. O mecânico e o engenheiro estão internados em estado grave. Os dois pilotos e outros dois engenheiros morreram no acidente. As causas da tragédia ainda não são conhecidas, mas uma investigação já foi aberta.

Especulações

O site da revista alemã Der Spiegel indica que o acidente pode ter sido provocado por uma pane nos motores. O semanário  escreveu que a "após a decolagem, diversos propulsores do avião registraram problemas". A informação foi baseada no testemunho de um sobrevivente que foi evocado durante um encontro de ministros europeus da Defesa, realizado neste final de semana na França. 

A dificuldade no desenvolvimento dos turbo propulsores gigantes - as hélices ultrapassam cinco metros de diâmetro - foi um dos motivos do atraso acumulado de quatro anos para a entrega do A400M. O programa foi lançado em 2003.

A Malásia anunciou nesta segunda-feira a suspensão dos voos de seu avião até não serem conhecidas as conclusões das investigações. Outros três países, Alemanha, Grã-Bretanha e Turquia anunciaram no domingo que seus aparelhos iriam permanecer no solo até as causas do acidente ficarem totalmente esclarecidas. A França revelou que continua a efetuar os voos do avião militar, mas apenas quando estritamente necessários.

Homenagens às vítimas

Nas oito fábricas espanholas da Airbus, os funcionários observaram cinco minutos de silêncio para homenagear seus colegas mortos no acidente. Em outras fábricas do grupo na Europa, foi observado um minuto de silêncio. Representantes dos sindicatos de trabalhadores não quiseram fazer especulações sobre as eventuais causas da tragédia.

O ministro espanhol dos Transportes, Pedro Morenes, estimou no domingo (10) ser "extremamente importante não tirar conclusões precipitadas" sobre os motivos do acidente.

Segundo ele, a "Airbus representa a indústria militar europeia. É preciso, então, mostrar nosso apoio aos esforços que ela emprega para esclarecer o acidente".

O construtor europeu mantém o objetivo de entregar 14 aviões A400M este ano. Vinte aparelhos já estão em fase final de montagem, informou um porta-voz da Airbus. No total, 174 aparelhos já foram encomendados por oito países, entre eles, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Malásia.

 

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