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Grécia/Política

Premiê da Grécia quer evitar confronto com europeus sobre dívida

O novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, reafirmou nesta quarta-feira (28) sua vontade de negociar uma redução da dívida grega, mas sem um "confronto destruidor". O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, anunciou que irá encontrar nos próximos dias seus colegas europeus para discutir um "novo pacto", mas evitando um duelo entre a Grécia e a Europa.

Alexis Tsipras, novo chefe de governo da Grécia.
Alexis Tsipras, novo chefe de governo da Grécia. REUTERS/Yannis Behrakis
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"Nós somos um governo de união nacional, nosso objetivo é de negociar uma redução da dívida", declarou Alexis Tsipras durante o primeiro conselho de ministros, em Atenas. "Nós não vamos entrar em um confronto mútuo destruidor, mas não queremos prosseguir com uma política de submissão", acrescentou o líder do Syriza, partido vencedor das eleições legislativas do domingo.

"Nossa prioridade também é de estabelecer uma nova negociação com nossos parceiros para tentar encontrar uma solução justa, viável e mutualmente benéfica para que nosso país possa sair de um círculo vicioso de endividamento e da recessão", declarou Tsipras. Ele espera ter "discussões produtivas" na sexta-feira (30) com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.

O primeiro-ministro grego deverá também se encontrar com o presidente francês, François Hollande, antes do dia 12 de fevereiro, data da próxima cúpula europeia.

"Novo pacto"

Em sua primeira declaração como novo ministro grego da Economia, Yanis Varoufakis pediu "um novo pacto, uma ponte entre os programas anteriores e o acordo definitivo entre a Grécia, o FMI, o BCE e a União Europeia". "Não vai haver um confronto entre a Grécia e a Europa", insistiu.

"Uma nova relação de confiança e de honestidade está nascendo entre nosso país e a Europa. As negociações não serão fáceis, elas nunca foram", avaliou o ministro das Finanças.

Paris e Berlim excluem a anulação da dívida

Sinal de que as negociações de Atenas com seus credores prometem ser difíceis, a França e a Alemanha reafirmaram nesta quarta-feira que está fora de questão qualquer redução da dívida grega, que representa 175% do PIB do país.

"Foi confirmado que não há perspectiva de anulação, mas uma discussão deverá ser adotada", declarou o porta-voz do governo francês, Stéphane Le Foll, na saída do conselho de ministros. Paris se recusa a "esquecer" a dívida de € 42 bilhões de Atenas com o governo francês, mas o ministro das Finanças, Michel Sapin, aceitou abrir negociações.

"Há coisas para serem discutidas com o governo grego para permitir uma dívida mais sustentável, mais fácil de rembolsar", declarou Sapin.

Na Alemanha, o ministro da Economia, Sigmar Gabriel, também excluiu qualquer possibilidade de redução da dívida grega. "Nós devemos ser honestos com a nossa população e também com outras da zona do euro", afirmou.

Promessas

O premiê grego indicou que seu governo de coalizão com o partido Gregos Independentes vai trabalhar com a expectativa de um orçamento equilibrado, sem, no entanto, produzir "excedentes irrealistas" para garantir o pagamento da dívida.

Alexis Tsipras também prometeu que a ação prioritária de seu governo será a luta contra o desemprego, que atinge 25% da população.
 

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