Na Albânia, Francisco denuncia uso de Deus como "escudo" de extremistas religiosos
Neste domingo (21), na Albânia, o papa Francisco exaltou o modelo da coexistência política e religiosa entre muçulmanos, católicos e ortodoxos, e condenou a utilização de Deus como "escudo" para os movimentos radicais.
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"Que ninguém pense que possa fazer de Deus um escudo quando projeta e realiza atos de violência e desprezo. Que ninguém use a religião como pretexto para realizar ações próprias e contrárias à dignidade humana e aos direitos fundamentais", proclamou o Sumo Pontífice.
Mesmo se Francisco não identificou nenhum grupo, ninguém duvida que o Papa se referiu à organização Estado Islâmico (EI) na Síra e no Iraque, e ao Boko Haram, na Nigéria.
Recepção calorosa
O Papa Francisco foi recebido na Albânia por milhares de fiéis e rezou uma missa sob uma chuva fina na Praça Mãe Teresa, diante de 10 mil pessoas da região, entre elas, 3 mil vindas do Kosovo. Como sempre, ele parou diversas vezes para cumprimentar homens e mulheres e segurar crianças no colo.
As medidas de segurança foram reforçadas, por temor de ameaças vindas do movimento jihadista na Europa. Na capital Tirana, cerca de 2.500 policiais e atiradores de eleite sobre imóveis estratégicos asseguraram a proteção do Papa.
Mártires da fé
Francisco prestou homenagem a uma igreja católica em ascensão depois de uma ditatura marxista, precedida por cinco séculos de domínio turco.
Depois da II Guerra Mundial, sob a ditadura comunista de Ever Hoxha, 1.820 igrejas, ortodoxas e católicas, foram destruídas na Albânia. Entre 1945 e 1985, 7 bispos, 111 padres, 10 seminaristas e 8 freiras morreram na prisão ou foram executados.
Na Albânia, a maioria religiosa é muçulmana; os católicos representam 15% da população e os ortodoxos, 11%.
O culto à Madre Teresa de Calcutá, albanesa originária da Macedônia, estimulou a vinda de diversos religiosos estraneiros e ajudou o catolicismo a voltar ao país.
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