Voo MH17: Ucrânia acusa separatistas de “destruir provas”
O governo ucraniano acusou neste sábado (19), os rebeldes pró-Rússia, suspeitos de ter derrubado um avião da Malaysia Airlines, de “tentar destruir, com ajuda de Moscou, as provas desse crime internacional”. O voo MH17 fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur, com 298 pessoas a bordo, quando caiu em Grabove, leste da Ucrânia, na quinta-feira.
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O acesso ao local da queda foi bloqueado pelos rebeldes, que controlam a região. O conflito armado em curso entre separatistas e o governo de Kiev dificulta as operações de resgate e coleta de provas. Equipes de especialistasda Holanda e da Malásia já chegaram à Ucrânia.
Em uma declaração oficial, o governo de Kiev diz que “os terroristas transportaram 38 corpos de vítimas para o necrotério de Donetsk, onde especialistas com sotaque russo afirmam que vão conduzir as autópsias”. O comunicado acrescenta que os separatistas “estão transportando os restos do avião para a Rússia”.
Caixas-pretas
Os separatistas afirmaram ter recuperado as duas caixas-pretas do Boeing 777 e que estão dispostos a cooperar, inclusive estabelecendo um cessar-fogo. Mas autoridades de Kiev os acusaram de sumir por meio da fronteira russa com os gravadores e com o lançador de foguetes que teriam usado para abater o avião.
Em um inquérito normal, caberia à Ucrânia, em cujo território o Boeing caiu, isolar a área, recuperar as caixas-pretas e fazer contato com o fabricante para baixar os dados corretamente.
Segundo Brian Alexander, advogado especializado em aviação da firma nova-iorquina Kreindler and Kreindler, entrevistado pela agência Reuters, apesar da situação “delicada” na área, “com a pressão internacional, a comunidade deve conseguir levar uma equipe ao local e permitir que uma investigação proceda normalmente”.
Poucas informações
Mas de acordo com especialistas, os dados de voo podem oferecer pouca informação sobre o que derrubou a aeronave. A fuselagem pode indicar vestígios de explosivo que indicariam a detonação de uma ogiva, mas uma explosão causada por um míssil poderia aparecer somente como um colapso repentino nos sistemas de bordo, e encontrar e determinar a proveniência dos restos de um míssil será difícil.
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