Governo lança diálogo nacional sem participação de separatistas na Ucrânia
O governo interino de Kiev lança nesta quarta-feira (14) um "diálogo nacional" para tentar evitar a divisão da Ucrânia. Os ocidentais apoiam a iniciativa e se dizem otimistas, apesar dos episódios de violência que continuam a agitar o leste do país e da provável ausência nessas negociações dos separatistas pró-russos.
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A primeira mesa redonda acontece esta tarde, em Kiev. O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, se encontra com dois ex-presidentes do país, os candidatos à eleição presidencial marcada para o dia 25, deputados e autoridades regionais. As discussões serão mediadas pelo ex-diplomata alemão Wolfgang Ischinger.
Os líderes separatistas do leste, que proclamaram a soberania de Donetsk e Lugansk no último domingo e que Kiev chama de terroristas, não foram convidados. Isso apesar dos apelos do governo russo para que eles fossem incluídos nas negociações. “Os separatistas serão representados pelo pró-russo Partido das Regiões”, do presidente deposto Viktor Ianukovitch, informou um alto responsável parlamentar ucraniano.
Os principais temas em discussão serão a descentralização e a luta contra a corrupção.
Novo ataque contra exército
O “diálogo nacional” começa no dia seguinte de uma emboscada contra soldados ucranianos, na estrada entre Slaviansk e Kramatorsk, redutos dos separatistas pró-russos. O ataque deixou sete mortos.
Ontem (13), a Rússia disse considerar "extremamente importante" aplicar o mais rápido possível as medidas propostas pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa a fim de solucionar a crise ucraniana. Mas ao mesmo tempo, Moscou exigiu novamente que Kiev encerre a sua operação militar no leste do país.
Recessão
O Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) informou que a crise ucraniana vai mergulhar o país em profunda recessão este ano. As novas previsões da instituição divulgadas hoje em Varsóvia, onde o BERD realiza sua assembleia anual, aponta que a economia da Ucrânia vai diminuir 7% em 2014. A crise ucraniana também afeta a economia russa que vai estagnar este ano.
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