Tensão aumenta entre Rússia, Ucrânia e comunidade internacional

Aumenta a tensão no leste da Ucrânia. Em resposta à recente operação militar de Kiev, que matou cinco separatistas pró-Moscou em Slaviansk, a Rússia decidiu iniciar novas manobras na região. A reação da comunidade internacional foi imediata e os Estados Unidos enviaram uma mensagem de alerta a Moscou.

O secretário de Estado norte-americano John Kerry lançou um alerta à Rússia na quinta-feira, 24 de abril de 2014. Reuters/Yuri Gripas

Leticia Fonseca, correspondente da RFI Brasil em Bruxelas

A União Europeia voltou a reconhecer o direito da Ucrânia de defender sua soberania e sua integridade territorial. O secretário de Estado americano, John Kerry, acusou o governo russo de ignorar os acordos de Genebra, assinados na semana passada, para pôr fim ao conflito na Ucrânia.

Em tom de ameaça, Kerry fez um alerta. “Serei muito claro. Se a Rússia continuar nessa direção não será apenas um grave erro, será um erro que lhe custará caro”. Em seguida, advertiu que “Washington está pronto para agir”. Esta semana os EUA decidiram reforçar suas tropas na região e enviaram 600 soldados para a Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia.

Reação russa

Em Moscou, o presidente russo Vladimir Putin também elevou o tom. Putin afirmou ser um grave crime o que o atual regime de Kiev está fazendo, ao usar o exército contra a população do próprio país. E alertou que haverá consequências para os que tomam decisões.

Logo depois, o presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, rebateu e disse que o seu país não irá recuar diante da“ameaça terrorista“ do leste e apelou para que a Rússia termine com as interferências e chantagens. As sanções internacionais contra a Rússia estão provocando a desconfiança dos investidores e a fuga de capital do país já atingiu US$ 70 bilhões. É bem provável que Washington anuncie novas sanções nos próximos dias.

Nesta sexta-feira (25), o premiê ucraniano acusou a Rússia de estar querendo desencadear "uma Terceira Guerra Mundial".