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Ucrânia/Rússia

Confronto entre governo e separatistas na Ucrânia deixa ao menos 5 mortos

 Pelo menos cinco separatistas pró-russos teriam sido mortos e um soldado ucraniano teria ficado ferido durante uma operação do governo da Ucrânia para retomar o controle da cidade de Slaviansk, no leste do país, segundo o ministério ucraniano do Interior. Kiev decidiu lançar a ofensiva diante do fracasso do acordo de Genebra, que o presidente norte-americano Barack Obama atribuiu à atitude dos russos.

Soldados ucranianos atravessam um bloqueio abandonado pelos separatistas pró-russos em Slaviansk, no leste do país, nesta quinta-feira (24).
Soldados ucranianos atravessam um bloqueio abandonado pelos separatistas pró-russos em Slaviansk, no leste do país, nesta quinta-feira (24). REUTERS/Gleb Garanich
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"Durante os confrontos, até cinco terroristas foram eliminados. Um soldado [das forças ucranianas] foi ferido", indicou o ministério do Interior em um comunicado, acrescentando que três bloqueios dos separatistas na entrada da cidade também foram "destruídos".

Os combates entre forças leais ao governo de Kiev e separatistas em Slaviansk, reduto dos ativistas pró-russos no leste da Ucrânia, começaram na manhã desta quinta-feira (24), quando tanques de guerra ucranianos entraram na cidade.

O município de mais de cem mil habitantes estava nas mãos dos separatistas há vários dias. Homens armados de fuzis, em uniforme militar sem insígnia e mascarados, ocupam vários prédios públicos. O líder separatista local pediu no último domingo que a Rússia intervenha para proteger a população.

Kiev também anunciou a liberação da prefeitura de Mariopol, uma cidade portuária de quase 500 mil habitantes no sudeste do país, após um confronto que deixou cinco feridos. No norte, um soldado foi ferido durante um ataque dos separatistas contra uma base militar em Artemivsk.

O ministro do Interior, Arsen Avakov, prometeu "uma resposta severa, até a eliminação dos terroristas". Já o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que os atos de Kiev no leste da Ucrânia "terão consequências".

Guerra de palavras

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos e a União Europeia de terem tentado provocar uma revolução na Ucrânia e de utilizarem Kiev como "um peão no jogo político" contra a Rússia.

O chanceler declarou que as potências ocidentais tentam isolar a Rússia, mantendo uma estratégia que data da Guerra Fria.

"Basta lembrar a propaganda histérica antirussa feita pelos Estados Unidos e a Europa muito antes dos acontecimentos na Ucrânia, e a vontade de manchar de qualquer maneira a imagem dos Jogos Olímpicos de Sochi", disse Lavrov.

Em viagem ao Japão, o presidente Barack Obama alertou que novas sanções já estão sendo preparadas caso a Rússia não cumpra sua parte no acordo para reduzir a tensão na Ucrânia. O documento foi assinado na semana passada em Genebra por representantes americanos, russos, europeus e ucranianos.

Obama lamentou que até agora os russos não tenham respeitado o acordo, mas disse que ainda dá tempo de mudar de atitude e evitar as sanções.

Nesta quarta-feira, Serguei Lavrov já havia alertado que seu país estava disposto a intervir caso seus interesses no leste da Ucrânia fossem ameaçados, fazendo um paralelo com a Ossétia do Sul.

Em agosto de 2008, o exército russo entrou na Geórgia denunciando ataques do governo contra esse território separatista pró-russo, onde Moscou mantém tropas até hoje depois de ter reconhecido sua independência.
 

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