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Ucrânia/Crise

Premiê ucraniano acusa Rússia de ter "declarado guerra" ao país

A Ucrânia se "encontra à beira do desastre", após a "declaração de guerra" da Rússia, disse neste domingo (2) o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk. O país anunciou a convocação de seus reservistas, depois que o parlamento russo aprovou uma intervenção militar na Ucrânia. Enquanto isso, os líderes ocidentais estudam suas opções de ação para obter a retirada das forças russas mobilizadas na região ucraniana da Crimeia.

Militares ucranianos a postos perto de um tanque de guerra na cidade portuária de Feodosiya, na Crimeia, neste domingo (2).
Militares ucranianos a postos perto de um tanque de guerra na cidade portuária de Feodosiya, na Crimeia, neste domingo (2). REUTERS/David Mdzinarishvili
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"É um alerta vermelho. Não é uma ameaça, na verdade é uma declaração de guerra ao meu país", disse o premiê ucraniano. "Pedimos que o presidente Vladimir Putin retire suas forças armadas" da Ucrânia, acrescentou ele.

O parlamento ucraniano se reuniu na manhã deste domingo em uma sessão extraordinária a portas fechadas para discutir sobre as medidas a serem tomadas, um dia depois que o Conselho da Federação (Senado) em Moscou aprovou o recurso ao exército russo na Ucrânia.

Ex-república soviética, a Ucrânia vai mobilizar seus reservistas a fim de garantir "a segurança e a integridade de seu território", após a "violação pela Rússia de acordos bilaterais, sobretudo no que diz respeito à flotilha do mar Negro", anunciou neste domingo o responsável pelo Conselho de segurança nacional, Andriï Paroubiï, em um pronunciamento transmitido pela televisão.

"O ministério da Defesa deve convocar em toda a Ucrânia todos aqueles de que as forças armadas necessitam neste momento", declarou ele. O presidente interino, Olexandre Turtchinov, já havia anunciado no sábado (1) que seu exército estava sendo colocado "em estado de alerta".

As forças armadas ucranianas são consideradas mal equipadas e mal financiadas. O ministro do Interior, Arsen Avakov, comunicou no domingo em sua página no Facebook que uma quinzena de "emissários russos" havia tentado em vão propor a oficiais ucranianos na Crimeia que passassem para o campo rival, oferecendo a eles passaportes russos.

Andriï Paroubiï pediu consultas urgentes entre Kiev e os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, países que se comprometeram a garantir a soberania da Ucrânia no momento de sua independência, em 1994.

Reações internacionais

No sábado, o anúncio de uma possível intervenção militar russa na Ucrânia provocou indignação na comunidade internacional.

Antes de uma reunião de urgência neste domingo em Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh
Rasmussen, afirmou que a Rússia "ameaça a paz e a segurança na Europa", e deve cessar suas meaças e atividades militares na Ucrânia.

Os Estados Unidos exigiram que a Rússia retire suas tropas da Crimeia. Caso contrário, o país se expõe a um isolamento internacional e a um impacto "profundo" em suas relações com Washington.

Em uma conversa telefônica de 90 minutos, o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou no sábado ao presidente russo, Vladimir Putin, que ele havia violado a lei internacional ao mobilizar soldados russos na Crimeia, e pediu que ele discuta pacificamente com as autoridades de Kiev sobre sua preocupação com a população russa no país.

O chanceler francês, Laurent Fabius, pediu uma "mediação" o mais rápido possível. A França quer suspender a preparação da cúpula do G8 de Sochi, na Rússia, prevista para junho, "até que nossos parceiros russos voltem a aplicar princípios conformes aos do G7 e do G8" disse Fabius neste domingo.

Durante o Angelus, o papa Francisco pediu que todas as partes envolvidas no conflito ucraniano ultrapassem sua "incompreensão" recíproca. Ele também pediu que a comunidade internacional faça todo o possível para promover o diálogo.

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