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Ucrânia/Crise

Yanukovitch diz que vai voltar e convoca Rússia a agir

Depois de seis dias desaparecido, o presidente deposto da Ucrânia, Viktor Yanukovitch, disse, nesta sexta (28), em entrevista coletiva, na Rússia, que seu país caiu nas mãos de grupos “neo-nazistas” e “pró-fascistas”. Ele afirmou que ainda se considera o presidente do país e nega que tenha dado ordens para a polícia atirar em manifestantes.

Yanukovich durante entrevista coletiva em Rostov-sur-le-Don, sul da Rússia
Yanukovich durante entrevista coletiva em Rostov-sur-le-Don, sul da Rússia REUTERS/Maxim Shemetov
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O Departamento de Estado americano declarou que Yanukovitch perdeu a legitimidade como presidente ao deixar a Ucrânia. "Ele fugiu de suas responsabilidades", declarou a porta-voz Jennifer Psaki. O Conselho de Segurança da ONU se reuniu para um rápido "encontro privado" para discutir a situação ucraniana.

Nesta manhã, enquanto Yanukovitch concedia entrevista na cidade de Rostov-sur-le-Don, na fronteira com a Ucrânia, o parlamento do seu país aprovava com ampla maioria de votos o seu envio à Corte Penal Internacional.

O ex-presidente disse que não foi deposto e que teve de sair do país porque estava sob ameaças. Ele classificou ainda a política do Ocidente de “irresponsável” e a culpou pelos transtornos e vítimas das últimas semanas na capital Kiev. Para ele, a política ocidental foi “indulgente demais” em relação ao que se passava na Praça da Independência.

Também na manhã desta sexta-feira, o diretor do Conselho Nacional de Segurança da Ucrânia assegurou que os dois aeroportos antes cercados por milícias pró-Rússia na região de Crimeia estão novamente sob o controle nacional. Mas pelo menos uma dezena de homens armados ainda cercam o aeroporto da cidade de Simferopol, capital da região.

Apesar de defender a unidade do país e rechaçar as pretensões separatistas da Crimeia, Yanukovitch disse que espera que a Rússia intervenha no país.

“A Rússia deve e é obrigada a agir. E conhecendo o temperamento de Vladimir Putin, eu me pergunto por que ele está tão reservado e em silêncio”, afirmou o presidente deposto. Ele afirma ter conversado por telefone com o presidente russo, mas que não o havia encontrado pessoalmente.

Yanukovitch diz que não tomará partido na eleição marcada para o mês de maio porque a considera ilegal. “Eu voltarei à Ucrânia assim que eu tenha condições e garantias de segurança, principalmente da parte de mediadores internacionais.”

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