Acessar o conteúdo principal
Ucrânia/Governo Interino

Iatseniuk é indicado ao cargo de primeiro-ministro da Ucrânia

Na noite desta quarta-feira, o grupo apelidado de "Euromaida", que governa provisoriamente a Ucrânia, apresentou Arseni Iatseniuk para o cargo de primeiro ministro do país, decisão que deve ser confirmada pelo Parlamento na quinta. O anúncio foi feito pelo presidente interino Oleksander Turtinov diante de dezenas de milhares de manifestantes na emblemática Praça da Independência, em Kiev.

Arseni Iatseniuk acena para manifestantes reunidos na Praça da Independência, depois de ser indicado ao cargo de primeiro ministro
Arseni Iatseniuk acena para manifestantes reunidos na Praça da Independência, depois de ser indicado ao cargo de primeiro ministro REUTERS/Konstantin Chernichkin
Publicidade

O banqueiro de 39 anos, que pertence ao partido da Revolução Laranja, de Iulia Timochenko, já ocupou os cargos de ministro da Economia e das Relações Exteriores. Essa experiência foi uma das razões-chave de sua indicação já que uma de suas missões mais urgentes é negociar internacionalmente o aporte imediato de 35 bilhões de dólares, sem os quais o país corre sério risco de ir à falência.

Pastas estratégicas foram preenchidas por técnicos pró-europeus. O antigo ministro e vice-presidente do banco central, Oleksander Chlapak deve receber a pasta das Finanças e o diplomata Andriy Dechtchitsia, antigo embaixador na Finlândia e na Islândia, a das Relações Exteriores. Andriy Parubi, chefe da força de autor defesa de Kiev durante os três meses de contestação, passa a ser secretário do Conselho de Defesa da Segurança Nacional.

Outras personalidades do Maidan receberam cargos simbólicos no governo. Foi o caso de Dmytro Bulatov, opositor torturado durante os movimentos de contestação, que foi indicado à pasta da Juventude e dos Esportes. O popular deputado Andrii Paroubii, uma das principais lideranças opositoras, assumirá a chefia do Conselho Nacional de Segurança e Defesa. E a jornalista Tetiana Tchornovol, vítima de uma agressão brutal em dezembro em represália a suas matérias investigativas, será responsável por um comitê anticorrupção criado justamente para tratar de seu caso.

Caça a Yanukovitch
Antes mesmo da formação do novo governo, Kiev emitiu um pedido internacional de prisão do ex-presidente Viktor Yanukovitch e os boatos sobre seu paradeiro começaram a proliferar. De acordo com a agência russa RBK, ele teria passado à noite em um hotel de luxo de Moscou, antes de seguir para uma casa de repouso também na capital russa.

Mas a informação foi desmentida pelo próprio hotel e, mais tarde, pelo Kremlin. Um porta-voz do executivo russo garantiu que o ex-presidente não se encontra no país e um alto-funcionário do Parlamento disse não acreditar que Moscou ofereceria asilo político ao presidente deposto.

Guerra fria na Crimeia
A formação do novo governo não deve ser suficiente para reduzir as tensões na Ucrânia. Hoje, na Crimeia, no leste do país, houve pequenos confrontos entre tártaros, comunidade muçulmana expulsa da Rússia durante o stalinismo, e manifestantes pró-Rússia, que pedem um referendo pela independência da região. Um homem morreu de ataque cardiáco próximo do Parlamento da Crimeia em Simferopol, onde mais de 5 mil manifestantes pró e contra a Rússia estavam reunidos.

Apesar da baixa gravidade dos incidentes na Crimeia, a região aumenta a tensão internacional. A Rússia, que mantém uma frota marítima na região, anunciou o início de uma série de manobras militares e o secretário de Estado americano John Kerry reagiu, pedindo que Moscou respeite a integridade territorial e a soberania da Ucrânia.

OTAN pela soberania
Na linha de Kerry, seguiu a declaração conjunta dos ministros da Defesa dos membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que se reuniram nesta quarta-feira em Bruxelas. De acordo com o texto, uma Ucrânia "soberana, independente e estável", além de "firmemente comprometida com a democracia" é um "elemento-chave" da segurança da zona euro-atlântica. A OTAN garantiu ainda que apoiará a "integridade territorial" e o "princípio de inviolabilidade fronteiras" da Ucrânia.

Na saída do encontro, que continua nesta quinta-feira, o secretário geral do órgão, Anders Fogh Rasmussen, explicou que a declaração é uma "mensagem de solidariedade, de apoio e compromisso contínuo com o povo ucraniano". Ele afirmou também que "é de suma importância que (a OTAN) reforce que cada país tem o direito de fazer suas próprias escolhas em termos de alianças ou política externa".

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.