Crise política na Ucrânia domina encontros em Bruxelas
Sinal de fratura no governo ucraniano. Deputados governistas do Partido das Regiões pediram hoje ao primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, uma grande reforma ministerial diante da crise política que agita o país há mais de três semanas. “Pedimos um remanejamento de 90% do gabinete”, declarou a deputada Anna Guerman. Em Bruxelas, o assunto domina a pauta da União Europeia.
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Colaboração de Letícia Fonseca, correspondente da RFI em Bruxelas
As manifestações na Ucrânia ganharam novo fôlego no domingo e dominam agenda dos ministros das Relações Exteriores da UE, nesta segunda-feira, em Bruxelas. A chefe da diplomacia européia, Catherine Ashton, deve relatar como foram os encontros da última semana com o presidente ucraniano, Viktor Yanukovitch, e os líderes da oposição. Em Bruxelas, Ashton ainda se reúne com o ministro das Relações
Exteriores da Rússia, Seguei Lavrov, que também participa do jantar de trabalho com os chanceleres europeus.
Alegando falta de compromisso claro do governo ucraniano para assinar o acordo de comércio e cooperação, a União Européia suspendeu neste domingo as conversas com a Ucrânia, enquanto 300 mil manifestantes protestavam na Praça da Independência, no centro da capital Kiev, pedindo maior aproximação com a
Europa.
Negociações
O comissário europeu para a Expansão do bloco, Stefan Füle, explicou que havia avisado ao presidente ucraniano, Viktor Yanukovitch, que o avanço das negociações estaria condicionado a um sinal claro de compromisso, e que as ações de Yanukovitch e seu governo estariam cada vez mais distantes da
realidade. O bloco europeu estava mantendo a proposta de negociação na esperança de se aproximar da Ucrânia, apesar da desistência do governo de Kiev em assinar o acordo no mês passado.
Na terça-feira, Yanukovitch viaja para Moscou para se reunir presidente russo, Vladimir Putin. A oposição em Kiev receia que a aliança entre Rússia e Ucrânia se intensifique, ainda mais, após o encontro. Na
Ucrânia, os manifestantes pró-Europa adotaram uma resolução para proibir Yanukovitch de assinar os acordos de adesão com a Rússia, e afirmam que a União Aduaneira é um projeto geopolítico de Moscou cujo objetivo é reconstruir o império soviético que desabou em 1991.
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