Justiça decreta prisão preventiva do líder do partido neonazista grego Aurora Dourada

O líder do partido neonazista grego, Nikos Michaloliakos, foi colocado hoje em regime de prisão preventiva, acusado de dirigir uma organização criminosa. As autoridades gregas tentam decapitar o partido extremista depois do assassinato do cantor de rap antifascista Killah P, um crime que comoveu a Grécia.

Prisão preventiva de Nikolaos Michaloliakos, líder do partido Aurora Dourada, de extrema-direita grega. REUTERS/Costas

Este é o quinto indiciamento de militantes do Aurora Dourada. O truculento líder do partido fascista, Nikos Michaloliakos, 56 anos, foi oficialmente acusado de "dirigir" uma organização criminosa depois de prestar um longo depoimento que começou na tarde de ontem.

A justiça grega já tinha indiciado nesta quarta-feira quatro deputados da legenda por "constituição e participação em uma organização criminosa". Apenas um dos parlamentares, Yannis Lagos, foi mantido em prisão preventiva. Os outros três tiveram liberdade condicional decretada, mas não poderão deixar o país até o julgamento.

Muitos analistas ficaram surpresos com a liberação dos deputados, já que eles continuarão exercendo seus mandatos e terão palanque para mobilizar os simpatizantes contra a ofensiva do governo. Ao todo, 18 deputados do Aurora Dourada foram detidos no final de semana.

O rapper Killah P levou duas facadas no abdômen e uma no coração, no dia 18 de setembro, na periferia de Atenas. O crime, reivindicado pelos integrantes do Aurora Dourada, foi a gota d'água.

Nos últimos anos, os militantes do partido foram citados em cerca de 300 agressões contra imigrantes e militantes de esquerda.

Um relatório do Supremo Tribunal grego associa o Aurora Dourada a três tentativas de assassinato. Depois de tolerar por vários anos os neonazistas, o governo se comprometeu a enviar ao parlamento um projeto de lei antiracista que torna crime atos xenófobos e fascistas.