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Europa/ Crise

Baixos salários na Alemanha provocaram crise do euro, diz OIT

A Organização Internacional do Trabalho alfinetou a política alemã de controle dos salários em seu relatório publicado nesta terça-feira. A OIT acusa a diminuição da renda dos trabalhadores no país e o aumento de competitividade dos exportadores alemães de estarem na origem da crise da zona do euro.

Detalhe do relatório 2012 da Organização Internacional do Trabalho mostra as divergências entre a Alemanha e a zona do euro.
Detalhe do relatório 2012 da Organização Internacional do Trabalho mostra as divergências entre a Alemanha e a zona do euro. www.ilo.org
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Enquanto o governo alemão defende as reformas internas como um modelo a ser seguido pelos outros países, a OIT tem opinião diferente e vê como um freio ao crescimento europeu as decisões aplicadas em 2003 pelo ex-primeiro ministro Gerard Schröder.

O plano reduziu os benefícios para os desempregados, criando incentivos para os alemães aceitarem empregos de menor rendimento. Além disso, aumentou a utilização de trabalhadores em tempo parcial e os empresários terceirizaram uma maior parte da produção no Leste Europeu. A inflação, de apenas 1,5%, preservou o poder de compra dos salários e o reforço das exportações gerou mais empregos.

"A melhora na competitividade dos exportadores alemães está cada vez mais identificada como a causa estrutural das dificuldades recentes na zona do euro. Os custos do trabalho na Alemanha despencaram na última década em relação a seus concorrentes, pressionando o crescimento, com consequências nefastas para a viabilidade das finanças públicas de outros países", afirma a OIT.

Mais grave ainda, explica a organização, é que os países em crise não puderam compensar a queda da demanda interna pois suas indústrias não conseguiram aumentar as exportações epara a Alemanha.

Mundo precisa de 600 milhões de novos empregos

O relatório "Tendências Mundiais de Emprego 2012: prevenir uma crise mais profunda de empregos" alerta ainda que é necessário criar no mundo mais 600 milhões de postos de trabalho na próxima década para garantir um crescimento sustentável. O documento foi publicado nesta terça-feira em Genebra.

"Apesar dos esforços dos governos, a crise do emprego não foi amenizada", diz a OIT. Para cada três pessoas que fazem parte da população ativa, uma está desempregada ou vive abaixo da linha da pobreza, o que equivale a 1,1 milhão de pessoas.

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