Greve na Grécia serve como teste para novo governo de Papademos

A sexta greve geral do ano na Grécia, nesta quinta-feira, foi convocada pelos sindicatos para enfrentar o novo governo de união nacional do premiê Lucas Papademos, que se comprometeu com o FMI e a União Europeia a aplicar mais medidas de austeridade.

Manifestantes e sindicalistas protestam em frente ao Parlamento grego, em Atenas. REUTERS/Yiorgos Karahalis

Desde maio de 2010, início da crise da dívida grega, os sindicatos de trabalhadores já organizaram quatorze greves gerais. A mobilização de 24 horas nesta quinta-feira afeta essencialmente o setor público, apesar do chamado que incluia os sindicatos do setor privado.

Barcos estão bloqueados no porto de Pirée perto de Atenas e trens não funcionam. Apenas parte dos ônibus circula. Diferentemente dos movimentos anteriores, o transporte aereo está normal, assim como o metro. A bolsa de Atenas chegou a ser aberta. A maior parte das escolas e dos ministérios se mantém fechada.

Orçamento para 2012

Passeatas estão previstas nesta tarde em Atenas e Salonique. A greve geral coincide com o início das discussões do orçamento de Estado para o ano que vem. São previstos cortes ainda maiores no plano de austeridade exigido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia (UE) para fazer empréstimos bilionários ao país.

O primeiro-ministro grego enviou uma carta, nesta quarta-feira, aos dirigentes do bloco europeu para informar que o seu governo iria tomar todas as medidas necessárias para colocar em prática as decisões da última grande reunião da zona do euro, em 26 de outubro.

Os sindicatos denunciam cortes salarias e desemprego técnico, que vão afetar até o fim do ano 20 mil pessoas e 150 mil funcionários públicos até 2013.