Monti ameaça renunciar se não obtiver apoio para governar até 2013

O novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, tem uma agenda cheia nesta terça-feira e continua suas consultas para a formação de uma equipe de governo. Se não conquistar amplo apoio para governar até o fim da legislatura, em 2013, o economista ameaça renunciar.  

O novo premiê italiano, Mario Monti, durante conferência no Palácio Giustiniani, em Roma. REUTERS/Tony Gentile

Gina Marques, correspondente da RFI em Roma

Mario Monti receberá nesta terça-feira os líderes dos grandes partidos, como Povo da Liberdade (PDL) e Partido Democrático (PD). Ontem, ele passou o dia reunido com as pequenas formações políticas. Só depois o premiê vai apresentar a lista de ministros que vão compor o seu gabinete.

Esta parece ser a primeira pedra no caminho do recém-nomeado chefe do governo italiano. Monti disse que prefere integrar políticos no seu governo, enquanto os principais partidos querem uma equipe só de técnicos para evitar desacordos intermináveis. Os políticos já começaram a brigar antes do governo nascer. As confrontações são entre os conservadores e progressistas, mas também existem fraturas no interior dos partidos.

Os analistas alertam que se continuar assim, o governo Monti vai passar para a história como o governo de ninguém. Monti disse que quer uma equipe sólida, que dure até 2013, final previsto da legislatura, e que sem o apoio dos partidos renunciará. Sobre o plano de austeridade, ele falou que nunca pediu lágrimas e sangue, mas sacrifícios sim. Enquanto isso, a Itália continua sujeita aos ataques especulativos dos mercados financeiros.

Os mercados terão paciência, a democracia tem seu próprio tempo, declarou o economista Monti. O voto de confiança do parlamento, que deverá endossar a nomeação de Monti como primeiro-ministro, está previsto para acontecer na sexta-feira.