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Noruega/Ataques

Radicado na França, pai de atirador se diz "chocado"

O pai do suspeito de ter cometido os atentados em Oslo e Utoya, na sexta-feira, disse hoje que ficou chocado ao saber que seu filho era o autor do massacre, que matou pelo menos 93 pessoas. O homem, Jens Breivik, mora há muitos anos na França e deu entrevista hoje à imprensa norueguesa.

Anders Behring Breivik cita suas relações com a família no manifesto que publicou na internet pouco antes de cometer os ataques.
Anders Behring Breivik cita suas relações com a família no manifesto que publicou na internet pouco antes de cometer os ataques. Reuters
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“Eu estava lendo as notícias na internet e quando vi, havia seu nome e sua foto. Foi um choque, ainda não consigo acreditar”, afirmou o aposentado. “É absolutamente terrível saber disso”, comentou, a respeito da descoberta de que Anders Behring Breivik estava por trás dos ataques a bomba à sede do governo norueguês e a tiros a um grupo de estudantes.

Jens Breivik garante que não sabia sobre o envolvimento do filho com a extrema-direita e muito menos sobre o planejamento do atentado. Divorciado da mãe do suspeito logo após o seu nascimento, o ex-diplomata mudou-se para a França e casou-se com outra mulher. Eles continuavam se visitando regularmente até 1995, quando Anders tinha 15 anos. Depois disso, perderam contato. A mãe do matador confesso também casou-se novamente, com um militar.

“Nós nunca moramos juntos, mas tivemos contato durante a infância dele”, relatou o pai. “Quando ele era mais jovem, era um garoto normal, mas fechado. Ele não se interessava por política naquela época.”

Anders foi filiado ao Partido do Progresso, de extrema-direita, de 1999 a 2006. Ele cita suas relações familiares, inclusive com o pai, no manifesto de 1,5 mil páginas que escreveu e publicou na internet, no qual condena o islamismo e descreve a sua preparação para realizar os ataques. O suspeito também afirma que tanto a mãe quanto pai eram simpatizantes do Partido Trabalhista, o mesmo do qual fazia parte o grupo de jovens que foi alvo do tiroteio na sexta-feira.

Anders explica que, depois se instalar em Paris, o pai pediu a guarda do filho, que foi negada pela Justiça norueguesa. “Tive uma boa relação com ele e sua nova mulher até os meus 15 anos”, diz. Depois, afirma que o pai “não gostava muito do meu período de pichador, entre os 13 e 16 anos”, e por isso os dois teriam se afastado. Jens teria se negado a encontrá-lo alguns anos mais tarde, conforme relatou Anders.
 

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