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Grã-Bretanha/Grampos

Escândalo dos grampos é um grande problema mas será resolvido, diz Cameron

Antes de voltar às pressas ao Reino Unido, nesta terça-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse à imprensa que a polícia do país terá que se explicar sobre as acusações de corrupção e envolvimento no escândalo das escutas telefônicas realizadas ilegalmente pelo tabloide News of the World.

O Premiê britânico David Cameron, em Lagos (19/07/2011).
O Premiê britânico David Cameron, em Lagos (19/07/2011). Reuters
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Cameron afirmou que o escândalo em seu país é um grande problema, mas poderá ser resolvido. Ele acrescentou que o assunto não vai tirar a atenção do governo em relação às suas prioridades, principalmente a retomada do crescimento econômico após o período de recessão.

"Não estou subestimando os problemas. A mídia cometeu ações horríveis e ilegais", disse o premiê, durante uma visita a Lagos, na Nigéria, no mesmo momento em que o Parlamento britânico começava a interrogar o magnata da mídia, Rupert Murdoch, proprietário do News of the World, seu filho James e a ex-braço direito do empresário, Rebekah Brooks.

O escândalo já provocou a demissão das duas maiores autoridades da Scotland Yard: o chefe da polícia, Paul Stephenson, e o chefe dos serviços antiterroristas, John Yates. A proximidade dos dois com os editores do jornal News of the World está sendo investigada. Cameron afirmou que a polícia tem sérias questões a responder sobre corrupção e sobre uma falha de investigação.

Diante dos deputados britânicos, Paul Stephenson disse que 10 dos 45 membros do departamento de comunicação da Scotland Yard já haviam trabalhado para a News International, a filial britânica do império Murdoch, que inclui a News of the World. Entre eles, Neil Wallis, ex-responsável editorial do tabloide, contratado pela polícia britânica como consultor de relações públicas.

"Eu não tinha nenhum motivo para suspeitar de um envolvimento de Wallis nas escutas telefônicas", afirmou Stephenson.

Críticas a Cameron

O próprio Cameron é alvo de críticas da oposição por sua proximidade com editores do News of the World e seus dirigentes. Segundo o jornal The Independent, ele teve diversas reuniões com executivos da mídia nos últimos 15 meses, incluindo 26 com o magnata Rupert Murdoch e seus executivos. Em 2007, ele empregou como seu responsável de comunicação Andy Coulson, ex-chefe de redação do News of the World. Além disso, a amiga pessoal do premiê Rebekah Brooks, que era editora do tabloide, é suspeita de surbornar policiais para obter informações confidenciais sobre o andamento de investigações de crimes e terrorismo.

Obrigado a se defender de revelações embaraçosas, Cameron prepara um discurso para esta quarta-feira, diante dos deputados, em uma sessão extraordinária na Câmara dos Comuns.

Morte de ex-repórter do tablóide

Em outra reviravolta no caso, a polícia informou que o ex-repórter do tabloide News of the World Sean Hoare, que havia denunciado a extensão das escutas telefônicas, foi encontrado morto nesta segunda-feira, em sua casa. Policiais afirmam que continuam sem pistas sobre as circunstâncias da morte do jornalista e que, por enquanto, não há confirmação de que ela estaria ligada ao escândalo dos grampos ilegais. Uma autópsia do seu corpo foi feita nesta terça-feira para tentar elucidar a morte.

O News of the World era o líder de vendas no Reino Unido. O tabloide fechou depois de ser acusado de espionar as caixa de mensagens dos telefones de cerca de 4 mil pessoas, entre elas políticos, celebridades e mesmo uma estudante de 13 anos, assassinada em 2002.

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