Berlusconi suspeito de abuso de poder e corrupção de menores

Um dia após ter parcialmente imunidade para ser processado na Justiça italiana, o premiê Silvio Berlusconi é acusado de abuso de poder e corrupção de menores. O caso envolve uma prostituta, que teria tido relações sexuais com Berlusconi no ano passado, quando tinha 17 anos.

O chefe do governo Italiano, Sílvio Berlusconi. Reuters

Paula Schmitt, correspondente da RFI em Roma

Um dia depois que os juizes da Corte Constitucional decidiram que Berlusconi não tem imunidade automática contra processos judiciais, o primeiro-ministro está de volta às manchetes como suspeito. Berlusconi está sendo investigado por corrupção de menores e abuso de poder.

O caso não é novo - segundo as acusações, o premiê teria tido relações sexuais com uma menina marroquina de 17 anos que fugiu de casa e vem trabalhando como prostituta. As relações teriam acontecido de fevereiro a maio de 2010. O caso só veio à tona porque a menina, conhecida como Ruby Rouba-Corações, foi presa em maio do ano passado, acusada de roubar 3 mil euros. Na noite que Ruby passou na cadeia, a policia de Milão teria recebido um telefonema de Berlusconi, pedindo a libertação da marroquina.

A noticia está nas manchetes desta sexta-feira, mas o primeiro-ministro já está na lista de pessoas a serem ouvidas desde dezembro. Segundo Berlusconi, os processos contra ele são "ridículos, grotescos, inventados." Ruby admite ter estado na mansão de Berlusconi ao menos três vezes, mas nega ter tido relações sexuais com o premiê. Para os críticos, o caso é uma vergonha em vários sentidos, inclusive internacionalmente.

Mesmo se o abuso sexual não for comprovado, a atitude de Berlusconi poderia ter colocado o país num imbróglio diplomático. Isso porque, ao pedir a libertação da prostituta, Berlusconi teria mentido para os oficiais da polícia milanesa, dizendo que Ruby era parente do presidente egípcio, Hosni Mubarak.