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Crise na Igreja

Vaticano prepara defesa do Papa

Advogado de três supostas vitimas norte-americanas pretende levar o Papa para depor no caso de abusos sexuais contra menores nos Estados Unidos. Os crimes aconteceram quando o Papa, então cardeal, dirigia a Congregação da Doutrina da Fé. Mas, segundo o chefe do tribunal do Vaticano, o Papa tem imunidade por ser um chefe de Estado. 

O papa Bento XIV durante celebração na Basílica de Sao Pedro, Roma.
O papa Bento XIV durante celebração na Basílica de Sao Pedro, Roma. Reuters
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O Vaticano começa a preparar a defesa para o papa Bento XVI em mais um caso de pedofilia envolvendo a Igreja Católica americana. Três cidadãos norte-americanos pretendem colocar o sumo Pontífice no banco dos réus por ele ter, supostamente, encoberto abusos de menores numa escola em Wisconsin. Na época, Bento XVI era o chefe da Congregação da Doutrina da Fé, órgão que ele dirigiu por 24 anos.
Na avaliação de Giuseppe dalla Torre, chefe do tribunal do Vaticano, o Papa tem imunidade por ser um chefe de Estado. "O Papa é certamente um chefe de Estado, que tem o mesmo estatuto jurídico que todos os chefes de Estado", declarou ao jornal italiano "Corriere della Serra". Para a defesa do Papa, a Igreja não pode ser considerada como " uma corporação multinacional". "O Papa lidera [espiritualmente] a Igreja, mas cada bispo é legalmente responsável pela sua diocese", resumiu o chefe do tribunal do Vaticano.
No entanto William McMurry, advogado dos americanos, rebate o argumento do chefe do tribunal do Vaticano. Para McMurry, o então cardeal Joseph Ratzinger tinha conhecimento da existência de padres pedófilos nos Estados Unidos, mas desencorajou ações judiciais contra os clérigos suspeitos e promoveu o segredo apenas para proteger a reputação da Igreja.

Silêncio

Nas comemorações dessa Sexta-Feira Santa, o Papa Bento XVI preside em Roma a Via Crucis, em recordação ao calvário de Cristo. Desde 2008, Bento XVI, que completará 83 anos em 16 de abril, não participa do percurso que lembra o suplício e a morte de Cristo, e se limita a pegar a cruz de madeira no trecho final.
Na noite de sexta-feira, após a missa da Paixão de Cristo na Basílica São Pedro, o pontífice presidirá a cerimônia no terraço do Monte Palatino, diante do Coliseu.
Na missa crismal, realizada nesta quinta-feira, Bento XVI ignorou os abusos sexuais a crianças praticados por clérigos e preferiu se concentrar sobre a questão do aborto. "É importante para os cristãos não aceitarem uma injustiça elevada ao grau de direito, por exemplo, quando se trata do assassinato de crianças inocentes que ainda não nasceram."

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